"O carro elétrico não é uma moda. Trata-se de uma transformação do setor"
Entrevistámos Miguel Moreira Branco, diretor de vendas e de fleet da SIVA.
© SIVA
Auto Miguel Moreira Branco
Sabe qual a fatia das frotas automóveis no mercado nacional? Ocupam mais de 50% e foi por essa razão que conversámos com Miguel Moreira Branco, a pessoa responsável pelas frotas no grupo SIVA, que engloba marcas como a Volkswagen, Audi ou Seat.
Os elétricos têm vindo a ganhar peso e importância para as empresas? Existem os apoios necessários para as empresas terem as suas frotas? Qual o trilho a seguir para o grupo SIVA neste setor? Foram perguntas às quais tentámos ter resposta junto de Miguel Moreira Branco.
O diretor de vendas e de fleet do grupo SIVA afirmou, por exemplo, que cerca de oito em casa 10 pedidos de consulta já são de veículos elétricos, e que as pequenas e médias empresas têm um peso grande no negócio. Quanto ao futuro reitera que é necessário adaptarem-se enquanto empresa às rápidas transformações e mutações que o mercado automóvel está a sofrer.
A pandemia alterou bastante o mercado e a forma como nos relacionamos com os nossos clientes. Começámos 2020 com uma redução drástica das vendas
Que estratégia tem a SIVA/PHS adotado no mercado das frotas para empresas nacionais?
As frotas valem mais de 60% no mercado automóvel nacional e a SIVA/PHS/PHS como importador de 6 marcas do Grupo VW AG, tem uma estratégia muito orientada para o negócio das empresas. As frotas em Portugal dependem maioritariamente das PME, pois apesar dos negócios de grande volume estarem concentrados nas multinacionais, são as PME que ‘alimentam’ o nosso negócio e o dos concessionários. A estratégia da SIVA/PHS nesta área está muito focada na tipologia do cliente FROTA e é com os nossos concessionários que atuamos junto desses mesmos clientes, são eles que garantem a proximidade e que melhor os entendem. Tentamos fornecer as melhores ferramentas aos concessionários por forma a garantirmos a competitividade comercial exigida nesta área.
Há mais empresas a pedirem frotas elétricas?
Claramente que sim, o carro elétrico não é uma moda, trata-se de uma transformação no nosso setor que está a avançar muito rapidamente. Alavancado pelas vantagens fiscais, as empresas hoje em dia estão muito despertas para a ‘conversão’ das suas frotas e a opção elétrica é de longe a mais tentadora.
É possível quantificar qual a percentagem de frotas elétricas neste momento na SIVA/PHS?
Quantificar com um número não é fácil, mas podemos dizer que em cada 10 consultas de empresas 8 terão sempre um pedido para um carro elétrico ou Plug-in.
Quando uma empresa investe numa frota elétrica, quais os objetivos que pode ter?
A decisão de investimento numa frota elétrica nem sempre será fácil de aprovar, pois trata-se de uma mudança grande para os utilizadores e implica uma reaprendizagem de gestão de frota dentro da empresa, agravada pelas infraestruturas necessárias. Contudo, as vantagens fiscais agarradas à sustentabilidade, que nos dias de hoje é uma preocupação constante das empresas, são as principais metas que acredito que estejam nos objetivos das empresas que estão a converter para frotas elétricas.
Miguel Moreira Branco, fleet and remarketing manager SIVA/PHS
Acredita que existem os apoios necessários às empresas face aos valores das frotas de automóveis?
Acredito que este tema devia ser revisto e adaptado ao mercado/setor. Não me parece que faça sentido existir uma carga fiscal tão forte no setor automóvel e depois existirem benefícios fiscais para diminuir essa carga! Por outro lado, esses mesmo benefícios fiscais carecem de uma regulamentação ajustada às necessidades dos clientes (empresas); por exemplo, os Patamares de Tributação Autónoma ao estarem marcados em valores absolutos contribuem para uma distorção do negócio sem qualquer vantagem para nenhuma das partes, inclusive para as nossas Finanças. Resolvia-se facilmente com um esquema de Tributação Autónoma progressiva.
A pandemia trouxe certamente novos desafios. Que impacto teve neste segmento das frotas?
A pandemia alterou bastante o mercado e a forma como nos relacionamos com os nossos clientes. Começámos 2020 com uma redução drástica das vendas, com cancelamentos de encomendas, as empresas optaram por prolongar o tempo de utilização das suas viaturas. Por outro lado, a utilização dessas mesmas frotas reduziu substancialmente devido ao confinamento.
Estas restrições fizeram com que nos reinventássemos, com uma interação mais digital e a trabalhar com os clientes em antecipação. Em meados de 2021, o mercado de frotas começou a recuperar fortemente e acabou por se retrair devido à escassez de produção que as marcas estão a atravessar. Diria que ainda não recuperámos da crise, mas agora não por falta de procura, mas por falta de produto.
Para o futuro, existe algum planeamento diferente daquele que tem sido feito até aqui?
O futuro é uma grande interrogação para todos. No nosso setor de atividade os desafios que se apresentam são ambiciosos: temos uma eletrificação, temos um conceito de mobilidade em mutação, o modelo de negócio também está a mudar… Garantidamente que teremos de mudar e sairá com vantagem aquele que mais rapidamente se adaptar a estas transformações. Nós, na SIVA/PHS, queremos e trabalhamos para sermos os primeiros a adaptarmo-nos a todas estas mudanças.
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