BMW 'camaleão'. Veja o carro que pode ter até 32 cores
O i Vision Dee foi apresentado esta quinta-feira, em Las Vegas.
© BMW
Auto BMW
Na convenção tecnológica da CES 2022, a BMW 'roubou' as atenções ao apresentar um elétrico iX que mudava de cor. Este SUV ganhou destaque por alterar, em segundos, da cor preta para a branca, ou vice-versa. Lembra-se? Este ano, a BMW decidiu elevar o nível e com recurso à já conhecida tecnologia E-Ink colocou no protótipo i Vision Dee a possibilidade de alternar entre... 32 cores.
Nós estivemos no centro de desenvolvimento desta tecnologia, em Munique, na Alemanha, onde ao longo de meses foram sendo alcançadas novas pequenas conquistas. Vimos vários pequenos segmentos com esta tinta eletrónica, que só é conseguida com recurso a eletricidade, a mudarem para qualquer cor que escolhessemos.
Stella Clarke, engenheira australiana, é a pessoa responsável pela equipa da BMW que esteve incumbida de desenvolver toda esta tecnologia. Ela explicou-nos que tudo isto só é possível num carro se nele forem colocados inúmeros pequenos segmentos individuais. No caso do i Vision Dee, o primeiro automóvel da história a conseguir alternar entre várias cores, são 240 segmentos.
Pense num carro revestido com vários adesivos de vinil. Cada um deles pode ter uma cor que é controlada de forma individual. Desta maneira, a tecnologia E-Ink permite ao i Vision Dee ter uma verdadeira infinidade de cores, como aliás pode ver no vídeo acima. Azul, amarelo, vermelho... Basta escolher e em poucos segundos a cor pretendida aparece.
A grande dificuldade, como nos revelou Stella Clarke, é a adaptação dos adesivos de vinil às superfícies que não são planas, porque estes não são fáceis de dobrar. E, como é lógico, colocar vários adesivos nas superfícies curvas de um carro torna-se um desafio.
O que impede que isto seja comercializado?
Em abono da verdade, esta tecnologia E-Ink podia ser já colocada em prática nos automóveis de produção. Pelo menos, não há qualquer razão técnica que o impeça, como sublinhou Stella Clarke. O que dificulta é 'apenas' o extenso trabalho de desenvolvimento que é necessário para 'vestir' um veículo com esta tinta eletrónica.
Contudo, a comercialização deste produto pode levar à criação de um pequeno debate em todo o mundo, uma vez que a adoção deste tipo de tecnologia obrigaria a mudanças na lei. Se pensarmos no caso português, no Documento Único Automóvel (DUA) - ou certificado de matrícula - é necessário que esteja averbada a cor principal do carro. Imagine andar na rua com um veículo como i Vision Dee e se num segundo o carro é branco, no outro passa a amarelo?
BMW's latest prototype: a car with zero buttons that can change colour in seconds
— Bloomberg UK (@BloombergUK) January 5, 2023
CEO Oliver Zipse spoke to us at CES (via @BloombergTV) https://t.co/TH4wNX3vaP pic.twitter.com/KUUn1mxP4P
Esta alteração de cor repentina seria contra as regras do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) que refere que "a cor é um elemento identificativo do veículo e sempre que a mesma seja alterada deve ser averbada no certificado de matrícula".
Embora a tecnologia esteja disponível, a lei teria de se adaptar. Só que não é sempre isso que o mundo faz, adaptar-se à tecnologia criada? Fique com o vídeo do BMW i Vision Dee acima.
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