Produção automóvel britânica cai em 2022 para valor mais baixo em 66 anos
A produção automóvel britânica caiu 9,8% em 2022, afetada pela escassez de semicondutores, encerramento de fábricas e interrupções de abastecimento de componentes da China, comunicou hoje a Associação de Produtores (SMMT).
© Lusa
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No ano passado foram produzidas 775.014 unidades, o valor mais baixo desde 1956, e 40,5% aquém dos 1.303.135 automóveis fabricados em 2019, antes da pandemia covid-19.
Além dos constrangimentos causados pela crise mundial de semicondutores, que tem vindo a limitar a capacidade de produção desde 2020, o setor também foi afetado pelo encerramento das fábricas da Honda em Swindon e da Vauxhall em Ellesmere Port, e pelos confinamentos na China relacionados com a pandemia covid-19, que desestabilizaram o fornecimento de componentes.
No ano passado, as exportações de automóveis britânicos caíram 14%, em particular para a Rússia (-78,3%), um dos 10 principais mercados em 2021, mas para onde as vendas pararam desde a invasão da Ucrânia, e China (-31,6%).
Apesar de o Reino Unido ter saído do mercado único europeu, a União Europeia (UE) continua a ser o principal destino das exportações, representando 57,6%, mesmo após uma queda de 10% em 2022.
Pelo contrário, as exportações dispararam para a Coreia do Sul (+32,8%) e África do Sul (+23,0%).
A SMMT tem previsões otimistas para os próximos anos, antecipando que a produção de carros e carrinhas aumente 15% em 2023 para 984.000 unidades e antevê que a barreira de um milhão de veículos volte a ser ultrapassada em 2025.
Os números hoje divulgados demonstram o peso cada vez maior dos veículos elétricos no setor, que representaram 30% do total de unidades produzidas e 50% do valor das exportações em 2022.
A indústria está sob pressão do Governo para acelerar a transição e deixar de construir motores de combustão até 2035, e o presidente executivo da SMMT, Mike Hawes, acredita que o potencial dos veículos não poluentes é "evidente".
Porém, defende que o sucesso depende de um aumento da produção de baterias no Reino Unido, requalificação da mão-de-obra e investimento.
"O potencial deste setor para gerar crescimento económico, através da construção de mais modelos de emissão zero é evidente, no entanto, temos de tomar agora as decisões certas", afirmou.
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