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Ford Trucks Portugal quer aumentar faturação em 20% em 2023

A Ford Trucks Portugal prevê aumentar a faturação de 63 milhões de euros em 2022 para 75 milhões este ano, mas esta meta dependerá da chegada de viaturas ao porto de Setúbal, ameaçada pela paragem de produção da Autoeuropa.

Ford Trucks Portugal quer aumentar faturação em 20% em 2023
Notícias ao Minuto

17:00 - 08/09/23 por Lusa

Auto Ford

"Para 2023 queríamos fechar o ano muito próximo dos 75 milhões de euros, mas agora tudo depende da capacidade que tivermos de receber viaturas em Portugal. Neste momento, temos a notícia de que a Autoeuropa vai parar, portanto, vamos ter de perceber como é que esse dado novo e inesperado vai influenciar a paragem de navios em Setúbal e esperamos que isso não nos afete", afirmou o presidente executivo (CEO) da Ford Trucks em Portugal, em entrevista à agência Lusa.

"As nossas viaturas são transportadas de barco para o porto de Setúbal e, normalmente, quando a Autoeuropa tem decréscimos na entrega de viaturas nós somos penalizados, porque o número de barcos necessários em Setúbal é menor e nós somos prejudicados com isso", acrescentou Bruno Oliveira.

A Autoeuropa anunciou a 31 de agosto que iria parar a produção durante nove semanas, de 11 de setembro a 12 de novembro, e recorrer ao 'lay-off', devido às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia "severamente afetado" pelas cheias que ocorreram no início do mês de agosto naquele país.

Segundo Bruno Oliveira, após ter faturado 46 milhões de euros em 2021, a Ford Trucks Portugal aumentou o volume de negócios em 37% em 2022, para 63 milhões de euros, apontando agora para um crescimento próximos dos 20% este ano, para 75 milhões.

A operar no país desde finais de 2019 na distribuição, comercialização e assistência de veículos pesados de mercadorias, a Ford Trucks Portugal entregou o "camião 1.000" em maio passado, tendo atualmente cerca de 1.200 viaturas "na estrada".

"Tínhamos um primeiro grande objetivo, que era entregar o camião 1.000. Entregámo-lo em maio deste ano e, em junho, começamos a trabalhar para o camião 2.000", assumiu o CEO.

Bruno Oliveira admite que a quota de mercado de 11,67% com que a Ford Trucks Portugal encerrou o ano de 2022, e que a colocou na terceira posição do 'ranking' nacional das marcas de veículos pesados de mercadorias mais vendidas (segundo dados ACAP - Associação Automóvel de Portugal), foi um resultado "completamente inesperado".

Este ano, "até porque o mercado está a crescer, porque as outras marcas estão a recuperar entregas do passado", a Ford Trucks aponta para uma quota de mercado "muito próxima dos 8%", ressalvando que "o mercado está extremamente dinâmico".

Segundo Bruno Oliveira, após ter fechado 2022 com 42 trabalhadores diretos e "sensivelmente outros tantos" de forma indireta, considerando os concessionários envolvidos na operação, a Ford Trucks Portugal prevê ultrapassar este ano os 50 colaboradores diretos e, indiretamente, atingir os 100 colaboradores envolvidos no projeto.

O CEO afirma-se ainda convicto de que, sendo Portugal "um país sempre aberto a novas soluções tecnológicas", o mercado nacional será "um dos primeiros a receber de braços abertos" o processo de transição do setor dos pesados de mercadorias para a neutralidade carbónica.

Neste âmbito, a Ford Trucks prevê colocar em produção já no próximo ano o primeiro camião 100% elétrico da marca, cujo protótipo é apresentado esta tarde em Lisboa durante as Ford Trucks Talks, no Parque das Nações. Sob o tema "O futuro é agora", o evento apresentará as soluções da marca para a transição energética a curto, médio e longo prazo.

A conferência, que decorre entre as 16:30 e as 20:30, contará com as participações do CEO da Ford Trucks Portugal, do diretor geral da Ford Trucks para Europa, Koray Kuvvet, da diretora de Marketing Internacional da Ford Trucks, Emine Coskun, e do diretor de Vendas, Marketing e Pós-Vendas de Mercados Internacionais da marca na Europa Ocidental, Burak Hosgören.

Salientando o empenho da Ford Trucks em cumprir os compromissos assumidos a nível europeu ao nível da transição energética e da neutralidade carbónica, Bruno Oliveira destaca, contudo, a necessidade de "os decisores acompanharem a indústria automóvel".

"Não faz sentido nenhum transitarmos toda a indústria para um modelo eletrificado se, depois, não existir [uma] forma plena de distribuição de energia elétrica, hidrogénio ou o que for. Portanto, acho que terá de ser uma evolução em paralelo da parte da infraestrutura e da parte tecnológica dos veículos, mas não tenho dúvida nenhuma de que Portugal vai estar no top mais uma vez", rematou o responsável.

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