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CEO da Valeo avisa setor automóvel: "Quando uma indústria acabou..."

A indústria automóvel europeia atravessa um momento decisivo, com desafios importantes pela frente nos próximos anos - com forte concorrência externa, em particular vinda da China, também nos componentes dos veículos.

CEO da Valeo avisa setor automóvel: "Quando uma indústria acabou..."

© REUTERS/Christoph Steitz/File Photo

Bernardo Matias
18/09/2025 16:30 ‧ há 4 horas por Bernardo Matias

Numa fase vital para a indústria automóvel da Europa, a União Europeia anunciou na semana passada um plano de ação para salvar o setor. O diretor-executivo da Valeo, Christophe Perillat, acredita que são necessárias medidas urgentes, em particular ao nível dos componentes.

 

Aquele é um dos maiores fornecedores de componentes para automóveis e, citado no Inside EVs, lançou um alerta para o futuro: "Quando uma indústria acabou, acabou, não regressa".

No LinkedIn, o dirigente sublinhou que há "três principais desafios" nesta "encruzilhada" em que a indústria automóvel europeia se encontra - a transformação tecnológica, os menores volumes de produção na Europa e a concorrência chinesa.

Conteúdo europeu mínimo

O francês observou que há uma perda de competitividade de 25 por cento face à China, que produz 33 por cento dos carros de todo o mundo. E sublinhou que defende "fortemente a introdução de um conteúdo europeu mínimo para carros vendidos na UE para proteger a concorrência justa".

Este é, de facto, um dos pontos do recentemente apresentado Plano de Ação da União Europeia para a indústria automóvel, prevendo requisitos mínimos de conteúdo local.

Para Christophe Perillat, não podem existir recuos para descarbonizar a mobilidade, mas sugeriu uma abordagem em linha com a da China "onde o cliente final escolhe a forma de eletrificação que melhor se adequa às necessidades". Assim, apoia a continuação dos híbridos plug-in e de mecanismos de extensão de autonomia para além de 2035 - ano para o qual é apontado o fim dos novos veículos a combustão.

Por outro lado, recordou que nem todos os clientes querem automóveis totalmente elétricos, quando se regista uma quebra acentuada das vendas de automóveis na Europa desde 2019: "Este declínio não é inevitável, desde que a nossa indústria reage. Que ofereçamos as tecnologias certas que correspondem às necessidades dos utilizadores", vincou.

Sinais de otimismo

No meio dos desafios, Christophe Perilatt mostrou-se confiante na indústria automóvel europeia, que considera ser "forte", e acredita "que a Europa irá manter-se na linha da frente da tecnologia dos veículos do futuro".

Já depois da reunião da semana passada entre o setor automóvel e a Comissão Europeia - onde esteve a presidente Ursula von der Leyen - o líder da Valeo falou do "consenso crescente" entre todas as partes envolvidas sobre o "conteúdo europeu mínimo".

Também saiu do encontro com a confiança nas capacidades das autoridades europeias "para tomarem as decisões necessárias de modo a garantir a competitividade a longo termo da indústria automóvel europeia".

E insistiu nos requisitos de conteúdo europeu mínimo: "Este mecanismo ajudaria a proteger a concorrência justa na Europa e a reforçar a soberania europeia, algo que defendemos há vários meses, e que está a ganhar cada vez mais consenso entre os protagonistas europeus".

Leia Também: Fornecedores automóveis alertam: UE arrisca perder milhares de empregos

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