Novo crédito ao consumo recua em novembro mas acumula 4,264 mil milhões
Os bancos concederam 382 milhões de euros em novos créditos ao consumo em novembro, menos 4% do que em outubro, ascendendo o total desde janeiro de 2018 aos 4,264 mil milhões de euros, divulgou hoje o Banco de Portugal.
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De acordo com dados disponíveis na página do BdP, em novembro os bancos concederam empréstimos ao consumo no valor de 382 milhões de euros, menos do que os 397 milhões de euros emprestados em outubro e do que os 418 milhões de euros de novembro de 2017, apesar dos vários alertas da instituição sobre o risco de sobreendividamento das famílias.
Nos primeiros onze meses de 2018, o montante acumulado de novos créditos ao consumo concedidos às famílias aumentou, em termos homólogos, de 3,824 mil milhões de euros em 2017 para 4,264 mil milhões de euros em 2018.
Também hoje, o BdP divulgou que os empréstimos concedidos pelos bancos a particulares para habitação voltaram a subir em novembro, totalizando os 822 milhões de euros, segundo os dados hoje divulgados pela instituição.
De acordo com os dados mais atualizados do BdP relativos a empréstimos e depósitos bancários, foram concedidos 822 milhões de euros pelos bancos às famílias para empréstimos à habitação em novembro, mais do que os 817 milhões de euros de outubro, mês em que foi igualmente observada uma subida mensal, depois de três meses em queda, e mais do que os 783 milhões de euros concedidos em novembro de 2017.
Após vários alertas sobre o risco do sobreendividamento das famílias, o BdP lançou em julho novas regras que criam restrições à concessão de novos créditos à habitação e ao consumo, estabelecendo que as famílias apenas podem gastar metade do seu rendimento com empréstimos bancários.
Em 25 de setembro também o secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, advertiu que os bancos devem ter cautela na concessão de crédito, especialmente ao consumo, para não pôr em causa o trabalho feito em tornar as instituições mais sólidas e pediu "vigilância".
As novas regras foram anunciadas em 1 de fevereiro, tendo o supervisor e regulador bancário justificado que o objetivo é os bancos não assumirem riscos excessivos nos novos créditos e que os clientes tenham capacidade de pagar as dívidas.
Estas limitações surgiram depois do Banco de Portugal ter admitido no início de junho, no Relatório de Estabilidade Financeira, que há "alguns sinais" de sobrevalorização dos preços do imobiliário, embora limitados.
Para já, estas regras são apenas uma recomendação -- ainda que os bancos que não as cumpram tenham de se explicar -, mas em maio o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, avisou no parlamento que se os bancos não as respeitarem poderão passar de recomendações a ordens vinculativas.