O Grand Parc, na cidade de Bordeaux, estava “maduro para a demolição”, afirmaram os americanos, na altura. Mas não é assim que os arquitetos franceses Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal trabalham. Ao contrário do que a América previa, reutilizaram o Grand Parc, em 2017, refletindo assim o seu mote de trabalho: "Nunca demolir, nunca remover ou substituir, sempre adicionar, transformar e reutilizar", pode-se ler no artigo da Bloomberg.

Lacaton e Vassal venceram nesta terça-feira, recorde-se, o Prémio Pritzker de Arquitetura, sendo este o galardão de maior reconhecimento no mundo do design de edifícios. Em 2019, ganharam o prémio de melhor arquitetura da União Europeia, o prestigiado Prémio Mies van der Rohe. 

"O nosso objetivo é empregar economia para fazer o máximo, aumentar a liberdade e as possibilidades de vida para as famílias que não têm necessariamente muito dinheiro", revelaram os arquitetos ao The Guardian, em 2019. 

Por outro lado, a América está impedida pela regra federal chamada Emenda Faircloth de construir novas habitações públicas. Ainda assim, e apesar dos obstáculos legais, os defensores progressistas e os legisladores estão a batalhar para voltar à construção de habitação pública.

Com a sua proposta de Green New Deal for Public Housing Act, o senador do Vermont Bernie Sanders e a representante de Nova Iorque Alexandria Ocasio-Cortez fizeram reformas para a habitação pública o motor para empregos e ação climática. 

Sublinhe-se que o portefólio de habitação pública em ruínas da América precisa de um "upgrade", com o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos EUA a estimar os custos de manutenção diferidos para habitação pública em cerca de 70 mil milhões de dólares. 

Saliente-se que, à exceção de Thom Mayne, o laureado de 2005, nenhum arquiteto ou firma americano ganhou o Prémio Pritzker em 30 anos, revela a Bloomberg. 

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