Quais são as tendências de 2021 nas nossas casas e edifícios?
Previsões sugerem que a sustentabilidade e a busca pelo conforto devem estar alinhadas aos esforços coletivos de combate à crise climática.
© Manuel Sá
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O Archdaily reuniu-se com especialistas da Saint Gobain para discutir uma investigação conduzida em 2019, com o objetivo de compreender as transformações que a arquitetura e construção experimentou, nos últimos anos. Previsões sugerem que a sustentabilidade e a busca pelo conforto devem estar alinhadas aos esforços coletivos de combate à crise climática. Mas vamos por partes.
- Quantas destas tendências ainda serão válidas este ano e qual a sua evolução?
- Que novas tendências poderão surgir nos próximos anos?
Note que com o surgimento da Covid-19, no ano passado, ficámos mais tempo em casa e, por isso, é possível ter-se visto um aumento dos consumos domésticos, implicando assim uma maior degradação do meio ambiente e, consequentemente, uma aceleração das mudanças climáticas, no sentido negativo, sustenta o Archdaily.
Nesse sentido, um dos assuntos a tomar em consideração, de acordo com esta investigação, é o calor. Este clima é um dos principais desafios dos arquitetos, no sentido em que, é difícil desenvolver projetos naturalmente frescos ou que proporcionem essa frescura artificialmente.
Ao aumentar esta conscientização, poderá sensibilizar o público, tornando as pessoas ainda mais rigorosas na tomada de decisões relacionadas às suas casas e ambientes construídos, considera o Archdaily. Consequentemente, isto poderá obrigar os arquitetos a melhor compreenderem a composição e o comportamento dos edifícios, considerando os materiais e produtos usados.
Ainda assim, segundo a ONU, diz a Archdaily, as cidades que mais crescerão nos próximos anos estão localizadas principalmente em climas quentes. Para evitar uma catástrofe de energia, a investigação afirma que o projeto arquitetónico deverá começar a tratar dessas questões como uma prioridade.
A busca pelo conforto individual deve estar alinhada aos esforços coletivos de combate à crise climática
Podemos equipar uma casa com as tecnologias mais avançadas para atingir níveis ideais de conforto, mas se todos esses sistemas geram um impacto negativo, não vale a pena.
O mesmo vale para arquitetos. Um projeto arquitetónico que não considere suas repercussões em escala local e global, e que não se adapte a um futuro em mudança, torna-se inviável e um problema para as gerações subsequentes.
Ou seja, o conforto individual só perdurará se for alcançado de forma coletiva e com uma consciência sustentável em maior escala, alimentando-se mutuamente, afirma o Archdaily.
Construindo um futuro multidisciplinar consciente
De certa forma, os últimos anos alteraram o curso dos projetos arquitetónicos. As suas preocupações agora incluem novos hábitos, novos usos, novas tecnologias. No entanto, previsões sugerem que dificilmente poderemos voltar ao trabalho desconectados de outras disciplinas e que os desafios que encontramos ao longo do caminho podem ser melhor resolvidos alimentando o nosso trabalho com conhecimentos de outras áreas.
Dessa forma, as próprias edificações poderão ficar mais eficientes ao considerar toda a vida de cada empreendimento, ajustando mais facilmente a pegada ecológica de seus processos, incluindo desmontagem e reaproveitamento de partes.
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