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Casas passivas. A habitação (certa) para o nosso futuro

Este tipo de casas oferecem temperatura entre os 20 e os 25ºC, ótima qualidade do ar e níveis elevados de conforto acústico. Gastam também menos energia e têm uma pegada ecológica reduzida. Serão estas as casas do futuro?

Casas passivas. A habitação (certa) para o nosso futuro

São pressupostos da casa passiva, uma temperatura entre os 20 e os 25ºC, ótima qualidade do ar e níveis elevados de conforto acústico. A DECO Proteste fez um exercício de retrospetiva, com duas moradias geminadas na cidade de Ílhavo, na região de Aveiro, que serviram de mote para verificar que estas casas gastam menos energia e tem uma pegada ecológica reduzida.

Note que este tipo de renovação pode rondar os mil euros por metro quadrado, um custo semelhante ao de uma construção clássica. Os preceitos de uma construção focada no desempenho energético instalam a diferença, afirma a DECO.

Pouco vulgarizadas no nosso país, as casas passivas limitam-se a quatro já certificadas, nas zonas de Aveiro e do Porto. Em Portugal, a rede Passive House existe desde 2012, com a construção dos primeiros edifícios certificados e a criação da Associação Passivhaus Portugal, note-se.  

Sublinhe-se que o Passivhaus Institut, sediado em Darmstadt, na Alemanha, é responsável pela emissão do certificado dos edifícios e dos componentes individuais e pela qualificação e avaliação dos profissionais, como projetistas e designers.

Descida ativa das despesas de energia

Classificada como low energy building (ou “edifício de baixo consumo energético”), a casa de Ílhavo é um exemplo de como a eficiência reduz o consumo de energia e, consequentemente, de eletricidade, gás, biomassa ou energia solar e geotérmica, refere a DECO.

Este imóvel mantém, de forma natural, uma temperatura ambiente a rondar os 20ºC. Muito pontualmente, o aparelho de ar condicionado ajuda a controlar eventuais desvios ou necessidades pontuais de climatização. 

O sistema de ventilação mecânica controlada contribui para manter a qualidade do ar interior, desejável devido ao elevado nível de estanquidade ao ar da habitação. E fá-lo reaproveitando o calor do interior, saliente-se.

O aquecimento das águas sanitárias é feita através de uma bomba de calor também dá uma mão à eficiência. Nesse sentido, foi instalado uma bomba de calor, com 300 litros de capacidade, para a produção de águas quentes sanitárias, de modo a aproveitar a elevada eficiência desta solução e a energia grátis e renovável do ar.

A casa de Ílhavo atingiu o patamar de desempenho PHI Low Energy Building, que representa um desempenho energético muito elevado. Ainda que não tenha sido possível atingir os requisitos para a certificação Passive House ou EnerPHit, as medições e as contas conduzem à conclusão de que, quando comparada com a condição original, os gastos descem vertiginosamente com o aquecimento interior, mas também com a produção de água quente sanitária, notifica a DECO.

Com base nos dados do certificado energético, a DECO calculou os gastos, antes e depois da renovação

Antes, as despesas anuais de energia poderiam ascender a mais de 2500 euros, considerando o recurso exclusivo à eletricidade. Após a intervenção, ficam aquém dos 150 euros. Somando as parcelas do arrefecimento e da água quente sanitária, a poupança anual é de 2592 euros.

A moradia de Ílhavo, por conservar uma temperatura estável, exige pouco investimento na climatização do ar. A análise aos certificados energéticos, antes e depois da intervenção, indica que o potencial de poupança anual pode superar os 2500 euros.

A DECO comparou ainda os valores da temperatura e da humidade, antes e depois da remodelação da casa de Ílhavo, revela. Na habitação renovada, a temperatura é estável ao longo do dia e em todo o ano, enquanto os níveis de humidade são consideravelmente mais baixos.

Casas passivas: pegada ecológica mais pequena

A renovação da vivenda de Ílhavo permitiu reduzir o impacto ambiental deste edifício durante a sua vida útil. A diferença pesa, por ano, 2897 quilos de CO2, o que equivale à plantação de 132 árvores.

A lógica inerente à construção das casas passivas envolve uma redução do impacto ambiental, devido às menores necessidades de energia. Este fator condiciona a quantidade de emissões de CO2, naturalmente menores. 

E os apartamentos, podem ser certificados?

Sim. Mas é preciso tomar o todo pela parte.

Isto é, para certificar um apartamento como casa passiva, é necessário que todo o edifício o seja. Logo, o apartamento, ao integrar o edifício, será certificado como casa passiva. 

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