Futuro dos escritórios: Serão convertidos num modelo híbrido de trabalho?
Empresas poderão adotar os seus próprios modelos, com os departamentos a ter, cada um, uma abordagem diferente, sendo que não é apenas onde trabalha, mas como e quando, e isso pode mudar ao longo do tempo.
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São poucos os que querem voltar às formas pré-pandemias de trabalho, mas o futuro não é apenas uma escolha entre trabalhar no escritório e em casa, revela a Knight Frank, de acordo com o seu mais recente estudo.
A imobiliária internacional tem vindo a trabalhar com os seus clientes para conhecer como será o local de trabalho do futuro, perfilando mais de 50 mil colaboradores de muitos setores.
Nesse sentido, concluiu que as empresas poderão adotar os seus próprios modelos, com os departamentos a ter, cada um, a sua própria abordagem, sendo que não é apenas onde trabalha, mas como e quando, e isso pode mudar ao longo do tempo.
Um dos clientes da Knight Frank, a FinTech, está, por exemplo, a recrutar não só em Londres, mas em toda a Europa, permitindo que os colaboradores trabalhem a partir de casa e que se desloquem à sede apenas quatro dias por trimestre.
Os seus funcionários do Reino Unido também só são obrigados a estar no escritório dois dias por semana, com regimes definidos em torno do planeamento e da socialização durante esses dias.
Neste tipo de mudança, sustenta a Knight Frank, o papel do gerente é crucial, no sentido em que, deverá capacitar o funcionário e manter os trabalhadores conectados. Isso significa trabalhar com um novo conjunto de competências para o gerente híbrido.
Potencialmente, o modelo híbrido ideal reúne o melhor dos dois mundos, a estrutura, coesão e cultura do mundo físico com a flexibilidade e diversidade do mundo virtual. Ainda assim, é importante estar ciente das desvantagens e riscos potenciais.
Como desenvolver seu modelo de trabalho híbrido?
O ponto de partida deve ser ouvir os seus funcionários, mas também clientes. Ou seja, o envolvimento deve ser bilateral e equilibrar o que é certo para a empresa e para a equipa, como também o que é certo para os clientes, uma vez que, a maneira como estes estão a trabalhar também está a sofrer alterações.
Qual é o propósito do escritório em um mundo híbrido?
“Bem, fundamentalmente sempre foi apoiar o propósito organizacional e reunir as pessoas para entregar os serviços e produtos nos mercados abrangidos”, afirma a Knight Frank.
Muito disso pode estar relacionado a processos e sistemas centrais, mas o que fornece às empresas vantagem são frequentemente os valores e estratégias compartilhados para inovação e mudança.
É nessas áreas que o escritório agrega mais valor do que uma plataforma virtual, note-se, pois conecta pessoas e ideias. Nesse sentido, no mundo híbrido, o local de trabalho torna-se o palco para quatro fatores críticos de sucesso de qualquer organização:
Educação
A equipa precisa reconhecer que precisa de investir tempo no escritório para continuar o processo de desenvolvimento.
Inovação
O processo de desenvolver ideias dentro de grupos e especialmente entre grupos é facilitado melhor no local de trabalho do que em plataformas virtuais.
Colaboração
Dentro da organização e especialmente entre organizações, a colaboração é mais facilitada por meio do local de trabalho.
Salienta ainda a Knight Frank que hospedar e participar de eventos físicos permite interações em vários níveis que simplesmente "não são possíveis online".
Cultura
A cultura precisa ser nutrida e desenvolvida, com o local de trabalho e a interação social dentro dele fornecendo sua base.
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