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"Cerca de 40% do total das emissões de carbono advêm do imobiliário"

Para Joana Fonseca, Head Strategic Consultancy & Research da JLL, "investir em edifícios mais sustentáveis é não só uma urgência estrutural das sociedades e do ambiente, como tem efetivamente benefícios muito relevantes em termos de custos, valor e desempenho ocupacional dos imóveis."

"Cerca de 40% do total das emissões de carbono advêm do imobiliário"

"Cerca de 40% do total das emissões de carbono advêm do imobiliário, pelo que este setor terá um papel crucial na construção de um futuro mais resiliente e sustentável", começa por alertar Joana Fonseca, Head Strategic Consultancy & Research da JLL.

"É importante que os investidores, promotores e ocupantes percebam que a sustentabilidade e o desenvolvimento de edifícios mais verdes vai ser uma exigência de base no futuro", sustenta.

Estas são algumas das conclusões recolhidas através do estudo “Building a New Future With Sustainability”, desenvolvido pelo Departamento de Strategic Consultancy & Research da JLL, apresentado esta terça-feira pela investidora do setor, que fornece indicadores sobre o impacto financeiro das medidas de sustentabilidade, especialmente sobre o valor e desempenho ocupacional dos imóveis, cita a Cision, que avança com a notícia.

"O estudo pretende precisamente mostrar que investir em edifícios mais sustentáveis é não só uma urgência estrutural das sociedades e do ambiente, como tem efetivamente benefícios muito relevantes em termos de custos, valor e desempenho ocupacional dos imóveis” afirma ainda Joana Fonseca.

Para evidenciar estes aspetos, o estudo foca-se no mercado de escritórios, um segmento que permite ter uma perspetiva mais abrangente deste impacto.

A consultora refere que apesar dos custos à cabeça serem mais elevados quando se investe num edifício mais sustentável, há evidências de que este tipo de imóveis tenderá a ter um melhor desempenho em termos de atratividade comercial, taxas de ocupação, rendas e custos operacionais.

O estudo refere ainda que o investimento adicional exigido para implementar medidas de sustentabilidade num edifício não irá muito além dos 5% face ao um imóvel semelhante onde tais padrões não sejam aplicados.

Além disso, a indústria da construção está a evoluir e os custos para tal investimento tenderão a reduzir à medida que os padrões de sustentabilidade sejam cada vez mais um requisito básico.

Por outro lado, nota a JLL, não investir num imóvel com certificação de sustentabilidade poderá ter um custo futuro muito mais elevado, uma vez que é expetável a depreciação do valor de um imóvel não sustentável no tempo, assim como o aumento da carga fiscal para penalizar edifícios com emissões de carbono excessivas, refere a Cision.

No âmbito dos custos operacionais, a implementação de medidas de sustentabilidade num edifício pode ter um impacto muito relevante, estimando-se reduções de 25% a 50% no consumo de energia, de 40% no gasto de água e de 70% na produção de resíduos. Outra vertente é o impacto no desempenho ocupacional dos imóveis, note-se.

Os edifícios mais sustentáveis estão associados a rendas mais elevadas, menores incentivos e à atração de inquilinos com perfil mais sofisticado, além de haver evidência de menores tempos de comercialização e taxas de disponibilidade mais baixas.

A JLL refere ainda que apesar de atualmente apenas 3% do stock de escritórios de Lisboa ter certificação de sustentabilidade, há uma crescente aposta dos promotores e investidores neste caminho, visto que 58% dos 230 mil m2 atualmente em construção já incorporam certificações BRREAM, LEED ou WELL.

“Este estudo pretende precisamente mostrar que os edifícios sustentáveis fazem sentido não só pelo seu impacto ambiental positivo, mas também porque geram retornos financeiros efetivos: mitigam risco, baixam custos operacionais, aumentam o prémio das rendas e comprimem as yields, assim resultando num maior valor de venda do imóvel”, sustenta o diretor geral da JLL, Pedro Lancastre.

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