Como seriam as casas dos reis se vivessem em 2021?
Com a ajuda do historiador João Ferreira, o portal Imovirtual construiu as casas de três reis e uma rainha: D. Afonso Henriques, D, João V, D. Dinis e D. Maria II. Ora veja.
D. Afonso Henriques
© Imovirtual
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"Pode não parecer, mas os reis e rainhas são gente (quase) como a gente", sustenta o portal Imovirtual. Assim, se D. Afonso Henriques vivesse hoje, provavelmente escolheria Guimarães para assentar arraiais e seria um aficionado do ginásio. Já D. Dinis iria preferir Coimbra para se instalar com as suas plantas e livros. Tentar perceber como seriam as casas dos monarcas se eles vivessem nos dias de hoje, foi uma ideia criada pelo Imovirtual que contou com o testemunho do investigador e historiador João Ferreira, autor de livros sobre a monarquia portuguesa, revela comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.
Assim, o portal criou a série Três Reis e Uma Rainha com quatro episódios que analisa o passado, a história e os traços de personalidade dos monarcas para serem construídas as suas casas de 2021. "Porque se todas as casas refletem a personalidade de quem lá vive, com os reis e as rainhas não é diferente", lê-se na mesma nota.
Para isso, escolheu quatro personalidades, três reis e um rainha (D. Afonso Henriques, D. Dinis, D. João VI e D. Maria II), de forma a reuniu "as doses certas e equilibradas de poder, importância histórica, coragem, superação, traição e gritaria."
D. Afonso Henriques
Se fosse em 2021, Afonso Henriques não seria rei, mas continuaria a querer viver numa casa na sua cidade de sempre: Guimarães. "Sem medo de ser notado, circularia pelas ruas e encostas da cidade com o corpo largo e as pernas finas que a história documentou", revela o portal, de acordo com o historiador.
"Afonso Henriques era do tipo leal e fiel aos seus princípios, mesmo que isso implicasse a própria família. Se fosse preciso atirar à própria mãe, não hesitaria. Mas se fosse preciso salvar um inimigo, também não. Da sua garagem faria um ginásio, uma espécie de refúgio", sustenta João Ferreira.
D. Dinis
Este monarca seria encontrado entre os livros e as plantas. E é precisamente essa paixão pela natureza, a dedicação às letras e o apreço pelo interior do país que levariam 'O Lavrador' a uma moradia com um jardim bem vistoso, algures na zona de Coimbra.
No século XXI, D. Dinis seria um 'hippie-chic culto', refere o Imovirutal, que apoiaria as causas ambientais e recusaria o novo acordo ortográfico, note-se. Também não seria rei, mas estaria ligado a um cargo de influência, o de reitor da Universidade mais antiga do país, por exemplo. A biblioteca seria o local para ler, escrever e compor músicas, "não uma das suas muitas alcunhas 'Rei-trovador'", relembra João Ferreira.
D. João V
De acordo com o historiador, D. João V foi "um rei que também soube fazer bom uso do ouro que chegou a Portugal em grandes quantidades durante o seu governo, e que se encantou tanto pelas cidades quanto pelas vilas e meios rurais do país." Assim, seria numa grande vivenda em Sintra que João Francisco gostaria de passar os seus dias em 2021.
Opulento, com ouro nos candeeiros, nos objetos e até no corpo, D. João V do século 21 também não seria rei, mas teria uma casa à imagem de si próprio. Sempre com espaço para mais um papel de IRS ou para mais uma visita de uma dating app.
D. Maria II
Entre os 18 e os 34 anos, D. Maria II esteve grávida 12 vezes. Nesse sentido, em 2021, talvez escolhesse uma família menos numerosa, mas teria também o apoio de uma medicina muito mais desenvolvida para partos mais tranquilos. O calçadão em Ipanema seria o local escolhido para passar as suas longas tardes.
Para o historiador João Ferreira, a Maria do século XXI lutaria pelas suas bandeiras de sempre: A educação para todos, as problemáticas femininas, o amor pela cultura e pelo teatro. No seu quarto caberiam referências a Lisboa, aos filhos e a uma vida pessoal e profissional bem agitada.
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