Geralmente, o crédito à habitação, em comparação com os outros créditos, é o que tem o montante mais elevado. Sendo o crédito de maior valor, "é normal ter-se a tentação de realizar amortizações antecipadas quando se tem disponibilidade monetária para tal." Mas será que vale a pena? "O facto de ser o crédito com o custo associado mais baixo, deveria fazer-nos pensar duas vezes numa decisão destas", explica Gonçalo Nascimento Rodrigues, consultor em finanças imobiliárias, na plataforma Doutor Finanças.

Veja que, normalmente, o crédito habitação é o mais barato de todos e aquele que é amortizado no maior espaço de tempo em comparação com outros contratos de crédito. O seu prazo de amortização traz a vantagem de produzir um desembolso mensal mais reduzido, mas também acarreta, por outro lado, a desvantagem de se ter pagado mais do que o montante de dívida inicialmente contraído, isto porque paga-se mais juros.

Em caso de optar entre um crédito de curto a médio prazo, com um custo elevado, e um crédito de longo prazo, com um custo associado mais reduzido e uma garantia, a decisão de amortização antecipada deveria recair sobre a primeira, sustenta Gonçalo Rodrigues.

Além disso, há que ter sempre em consideração o custo de oportunidade e, adicionalmente, a questão da garantia. A garantia hipotecária, isto é, o imóvel, geralmente valoriza com o tempo. No limite, em caso de necessidade, poderá sempre tentar vender a casa e com esse valor e liquidar o empréstimo.

Em síntese, quando ponderar usar uma liquidez extra para amortização de dívidas, "talvez seja preferível optar por aquelas que tenham um custo associado superior, um prazo de pagamento mais reduzido e uma garantia associada que facilmente desvalorize", faz notar o consultor em finanças imobiliárias.

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