Fenómenos climáticos extremos preocupam os investidores imobiliários?
De acordo com o estudo da Savills, os investidores estão cada vez mais a olhar para os riscos físicos a que os seus imóveis estão expostos. Cerca de 59 das 100 empresas com maior volume de receitas em todo o mundo já estabeleceram estratégias para redução de emissões de CO2.
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O aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos violentos representa, cada vez mais, uma preocupação para os investidores do mercado imobiliário. De acordo com o estudo Impacts 2021, da mediadora imobiliária Savills, divulgado esta quinta-feira aos jornalistas, os investidores estão cada vez mais a olhar para os riscos físicos a que os seus imóveis estão expostos, e as políticas municipais de mitigação dos efeitos das alterações climáticas nas cidades em que os seus ativos estão localizados pesam cada vez mais na hora da tomada de decisão.
Segundo os mesmos dados, muitas cidades globais estão em risco de se tornarem vítimas diretas das alterações climáticas, destacando a especial vulnerabilidade das cidades costeiras. Assim, análises de risco climático são já parte indispensável da ponderação sobre o investimento por parte de muitos investidores.
Sendo que riscos de seca, ondas de calor, cheias e tempestades são alguns dos indicadores que podem ser decisivos para o investimento imobiliário em várias cidades em todo o mundo.
De acordo com a Savills, em linha com as preocupações a nível global, muitos proprietários estão a investir na sustentabilidade dos seus imóveis, com a implementação de sistemas de monitorização inteligente de gastos energéticos, por exemplo, de forma a conseguirem aumentar a rentabilidade do investimento, ao mesmo tempo que reduzem a pegada ecológica dos seus ativos.
No topo da lista de razões que levam as empresas a conferirem cada vez maior importância à sustentabilidade dos seus ativos estão a reputação da empresa e as oportunidades para aumento do retorno sobre investimentos, lê-se no mesmo documento.
A análise da Savills, a que o Notícias ao Minuto teve acesso, indica ainda que 59 das 100 empresas com maior volume de receitas em todo o mundo já estabeleceram estratégias para redução de emissões de CO2, sendo que metade espera começar a atingir essas metas no início da próxima década.
Bárbara Clemente, Senior Architect Consultant & WELL AP Certified, refere que "na Savills (…) promovem a saúde e bem-estar dos espaços urbanos e do interior dos edifícios. (…) As ações implementadas irão garantir, por exemplo, que 39% da energia seja proveniente de energias renováveis no edifício, como uma melhoria da gestão do edifício controlada e partilhada aos seus ocupantes através de ferramentas digitais. Com o reconhecimento destas ações estará a certificação do edifício em BREEAM-In-Use."
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