Os portugueses estão conscientes do risco ecológico associado ao desperdício de água, mas pouco fazem para evitá-lo. De acordo com um estudo da Águas de Portugal, a que o Ekonomista teve acesso, cerca de 83,3% dos inquiridos considera que as pessoas não têm o direito de usar a água como quiserem, enquanto 61,8 % assume que consome mais água do que precisa. Segundo o mesmo estudo, o desperdício de água nos municípios portugueses pode chegar aos 80%. 

Assim, o último Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal, no âmbito do PENSAAR 2020 (o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais) revela que uma solução para mitigar este problema insere-se na adoção de campanhas de sensibilização em vez de “mecanismos de penalização” e “mensagens alarmistas” para o desperdício. O espírito das campanhas deve passar pela inclusão de “dicas de poupança”, sustenta.

O Ekonomista faz notar que dados do estudo divulgam ainda que para três quartos dos inquiridos aumentar o preço da água não é a maneira mais eficaz de estimular a poupança, enquanto 57% não acredita que seja dado o devido valor à água, muito por causa da facilidade com que a maioria da população tem acesso à mesma.

Assim, se 88,2% garante usar água reciclada para consumo não humano, apenas 48,4% concorda com o pagamento de uma taxa para financiar a reciclagem da água, lê-se no documento.

Note que cerca de 800 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a água potável e, só na Europa, 19% do território não tem água suficiente para abastecer a respetiva população. 

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