Crédito à habitação mais barato para bancos se 'livrarem' de casas
Para se desfazerem do elevado número de imóveis que têm à sua disposição, os bancos estão a praticar taxas de juro muito mais reduzidas do que aquelas que são aplicadas nos restantes créditos à habitação. Os dados são publicados hoje pelo Diário Económico que cita um relatório da Deco que será publicado na próxima quarta-feira na revista da associação, Dinheiro & Direitos.
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A Deco realizou um estudo sobre as taxas de juro praticadas atualmente pelos bancos. As conclusões serão publicadas na próxima quarta-feira na revista Dinheiro & Direitos, mas o Diário Económico, que teve acesso ao estudo, publica hoje algumas das conclusões.
De acordo com a mesma publicação, para fazer face à crise que se regista no setor imobiliário e tendo em conta o elevado número de imóveis que as famílias foram obrigadas a entregar por incumprimento, os bancos estão a baixar as taxas de juro para assim poderem rentabilizar as casas que têm em carteira.
Desta forma, as taxas de juros cobradas no caso dos imóveis que pertencem aos bancos são manifestamente mais baixas do que as aplicadas às restantes habitações, já que sofrem uma redução para menos de metade.
A Deco comparou a Taxa Anual Efetiva (TAE) e concluiu que nos imóveis no mercado esta situa-se nos 6,457%, enquanto nos imóveis da banca esta desce para os 2,956%.
“Os spreads estão muito abaixo do crédito tradicional, as comissões iniciais são mais acessíveis, o prazo máximo permitido pode ser mais alargado e o montante de financiamento chega aos 100%”, pode ler-se no estudo a que o Diário Económico teve acesso.