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Europa: Mercados de escritórios em Lisboa a competir por novos espaços

Apesar de o desenvolvimento de novos espaços de trabalho na Europa ter ultrapassado valores dos últimos cinco anos, as taxas de disponibilidade mantêm-se aquém dos níveis de procura. A disponibilidade de escritórios no mercado de Lisboa mantém-se na ordem dos 7%, atrás de Barcelona, que regista uma taxa de disponibilidade de 8,5%.

Europa: Mercados de escritórios em Lisboa a competir por novos espaços

A cidade de Lisboa está entre os mercados de escritórios da Europa que registam maior competição por novos espaços de trabalho. De acordo com o relatório European Office Development, da consultora imobiliária internacional Savills, a disponibilidade de escritórios no mercado de Lisboa mantém-se na ordem dos 7%, atrás de Barcelona, que regista uma taxa de disponibilidade de 8,5%.

Assim, é esperado um aumento superior a 150 mil m2 de espaços de escritórios em Lisboa para o biénio 2021-2022. Para a cidade do Porto, esse aumento de novos espaços de escritórios deverá atingir os 100 mil m2 até 2022.

Segundo o comunicado enviado aos jornalistas, os ocupantes que procurem espaços de trabalho de qualidade na Europa serão confrontados com uma forte competição pelos melhores espaços no mercado de arrendamento, apesar de se esperar que 2021 traga mais 26% de novos espaços de escritórios para o mercado europeu, o maior crescimento verificado nos últimos cinco anos.

Refere a mesma nota que até ao final do ano, estima-se que sejam adicionados ao mercado europeu de escritórios mais 5,2 milhões de m2. Para o ano de 2022, antevê-se um aumento similar, de 5,1 milhões de m2.

Contudo, a Savills prevê que 54% desses novos espaços de escritórios projetados para 2021 estejam já pré-arrendados, pelo que qualquer novo espaço de escritório prime será imediatamente absorvido, de acordo com as atuais tendências de ocupação, lê-se no documento a que o Notícias ao Minuto teve acesso.

Apesar de a percentagem de espaços pré-arrendados ser inferior a 2020 (entre 55% e 60%), Eri Mitsostergiou, diretora de European Research da Savills, refere que a procura por espaços de trabalho de qualidade é uma prioridade para os ocupantes, não encontrando correspondência numa oferta que se mantém aquém das tendências de ocupação.

Em linha com as conclusões da Impacts 2021 da Savills, lançada recentemente, a transição para modelos de trabalho híbridos representará o principal desafio que as empresas terão que enfrentar ao longo dos próximos cinco anos.

Faz notar o mesmo comunicado que em cidades como Berlim, Estocolmo, Amesterdão, Paris e Munique, a taxa de disponibilidade de espaços de escritórios cai para níveis inferiores a 6%, naqueles que são considerados alguns dos mercados de arrendamento mais competitivos.

Segundo os mesmos dados da Savills, espera-se contudo que um aumento da oferta secundária seja responsável por um aumento da taxa de disponibilidade de espaços de escritórios nos mercados europeus.

Porém, existe a possibilidade de este aumento de oferta não ser capaz de satisfazer as exigências atuais dos ocupantes, principalmente no que respeita aos indicadores ESG (Ambiente, Social e Governance) e de sustentabilidade digital, salienta o mesmo documento.

Nesse sentido, a consultora imobiliária prevê que a taxa média de disponibilidade na Europa atinja os 7,5%, com cidades como Varsóvia e Bucareste na liderança dos mercados com maior número de espaços disponíveis, ambas com taxas de disponibilidade da ordem dos 11%.

O regresso gradual aos escritórios fará com que muitas empresas invistam na remodelação dos espaços, com maior ênfase no bem-estar e segurança dos trabalhadores. "Os escritórios não terão necessariamente de ver reduzida a sua área, mas a distribuição terá de ser diferente e continuarão a ter um papel fundamental no reforço dos valores e cultura da empresa", informa Ana Redondo, Associate Director da Savills Portugal.

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