Sabe quanto vai pagar quando a moratória pública chegar ao fim?
A partir do dia 1 de outubro, a maioria das famílias que tiveram acesso a este benefício, irão retomar o pagamento dos seus créditos, o que poderá agravar os encargos mensais. Por isso, não perca tempo e prepare já o seu orçamento.
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Com o fim da moratória pública a 30 de setembro, a maioria das famílias que tiveram acesso a este benefício, irão retomar o pagamento dos créditos. E de acordo com o Doutor Finanças, isto poderá significar um agravamento nos encargos mensais de muitos portugueses. Assim, se ainda não teve notícias do seu banco, antecipe-se e procure saber quanto vai passar a pagar.
Note que esta opção exclui quem aderiu à 'nova ronda' de moratórias, que terminou em março passado, que só terá que recomeçar a pagar o crédito à habitação no final deste ano, note-se. Mas vamos por partes.
Se é um dos cidadãos que teve acesso a este beneficio, o valor que irá passar a pagar, dependerá do tipo de moratória pública que contratualizou: total ou parcial. E lembre-se que em qualquer dos casos, o seu contrato é agora mais longo, na justa medida temporal da moratória, faz notar a plataforma especialista em finanças pessoais.
Assim, se durante este tempo não pagou o crédito ou qualquer encargo a ele associado, a fatura vai ser maior, pois vai pagar a prestação que pagava antes da moratória mais os juros referentes a esse tempo e os juros atuais. Segundo o Doutor Finanças, se escolheu deixar apenas de amortizar capital, a prestação vai ser igual à que tinha antes da moratória.
Calcular o valor que vai pagar
Se prefere fazer já as contas, tenha consigo um extrato do crédito e some o montante dos juros mensais que não pagou durante a moratória, começa por explicar o Doutor Finanças.
Depois junte o valor do crédito ao valor dos juros. Feito isto, use a calculadora de prestação de crédito habitação e coloque esse valor no 'capital em dívida'. Não se esqueça de preencher a taxa de juro e a parte relativa a quantos meses falta pagar.
Posso renegociar as condições do crédito?
Sim, responde a plataforma. Para o Doutor Finanças, uma descida do spread, numa altura em que as taxas de juro médias estão pouco acima dos 0,8%, poderá fazer sentido. Mas para isso, necessita que o crédito tenha dois anos, pelo menos.
Se a proposta do seu banco não o satisfaz, poderá transferir o crédito para outra instituição financeira. Ainda assim, não se esqueça de que as instituições cobram uma comissão por reembolso antecipado que pode ir até aos 2% do valor da dívida e tome em consideração o valor final da prestação, porque os produtos associados, como os seguros, poderão subir o valor mensal.
Para poupar reveja os encargos e negoceie, revela o Doutor Finanças
Depois de analisar os gastos mensais, veja onde consegue fazer poupanças, que deverão ser tanto maiores quanto mais pesar o regresso da prestação do crédito. E se tem vários créditos, poderá mesmo pensar numa consolidação, faz ainda notar a plataforma.
O Doutor Finanças exemplifica:
O João tinha um crédito à habitação com 118.000 euros em dívida, num prazo de 427 meses e um spread de 1,4%, no qual pagava 370,12 euros por mês (incluindo seguros de vida e habitação). Tinha também um crédito pessoal com capital em dívida de 4.690,23 euros, para pagar em 62 meses. No total, tinha uma prestação de 488,94 euros mensais.
Em vez de dois créditos, passou a ter apenas um crédito à habitação mais multiopções, noutro banco, no valor de 122.690,23 euros, pelo mesmo prazo do anterior (29 anos), passando a pagar 355,22 euros mensais, ou seja, uma poupança de 133,72 euros por mês.
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