Preço da luz dispara em todos os países da UE. Portugal inclusive
Os dados do Eurostat relativos a 2020 mostram que o preço da eletricidade está fora de controlo em toda a União Europeia e acumula vários anos de aumentos. Mas quais são as razões que explicam os picos que o preço da luz está a atingir este verão em vários países? As temperaturas extremas deste verão são em parte culpadas, mas não é tudo.
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O preço da luz disparou em todos os países da União Europeia. Em causa, estão as temperaturas extremas deste verão, e não só. De acordo com o El Orden Mundial, que avança com a notícia, julho foi o mês com o preço mais alto de eletricidade alguma vez registado em Espanha. Na Europa, a Roménia e a Grécia também registaram preços diários recorde, enquanto na Alemanha, o custo da eletricidade duplicou a média dos últimos cinco anos.
Por sua vez, a República Checa, Polónia, Portugal e Espanha duplicaram o preço. Uma vez que se tratam de países que dependem do carvão ou do seu isolamento das redes energéticas do resto da Europa, obriga-os a comprar energia mais cara. Já em Itália e em França, embora com aumentos mais brandos, a eletricidade também está a tornar-se mais cara.
Segundo a plataforma de análise internacional, os dados do Eurostat relativos a 2020 mostram que o preço da eletricidade está fora de controlo em toda a União Europeia e acumula vários anos de aumentos.
Contudo, a Holanda é exceção, onde a flexibilidade das suas centrais elétricas alimentadas a gás e o seu elevado grau de interligação com o fornecimento de países vizinhos, permite-lhe absorver a eletricidade verde barata da Alemanha no verão, por exemplo, resultando em energia barata, escreve o El Orden Mundial. Na verdade, é o mais acessível em toda a UE, com uma média de 0,12 euros por kWh em 2020, reforça a plataforma.
Mas quais são as razões que explicam os picos que o preço da luz está a atingir este verão em vários países?
De acordo com a plataforma de análise internacional, as temperaturas extremas deste verão são em parte culpadas, mas não é tudo. A pandemia também teve peso nesta subida.
Nos países que impuseram um confinamento, dadas as circunstâncias da Covid-19, o consumo de eletricidade diminuiu 25% durante a primavera, bem como o consumo de combustíveis fósseis, principalmente em resultado do encerramento de empresas e da introdução do teletrabalho.
No entanto, com o alivio das restrições, a procura de eletricidade aumentou, revela o El Ordem Mundial. A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que a procura global de energia tenha caído apenas 2% em 2020 face ao período homologo. Na China aumentou.
A recuperação do consumo coincidiu com um período em que a produção de eletricidade tornou-se mais cara. Por um lado, o inverno que começou em 2021 esvaziou grande parte das reservas de gás natural da Europa, normalmente são reabastecidas durante os meses de verão, quando a procura tende a ser mais fraca.
Por outro lado, o preço do carvão tem vindo a subir há meses. De acordo com a plataforma, isto acontece dadas as medidas impostas pela Comissão Europeia para cumprir a meta de redução dos gases, subindo o preço das licenças de emissão de carbono.
Tudo isto acontece numa altura em que as energias renováveis ainda não são capazes de assegurar um fornecimento constante de eletricidade, lê-se no documento. Para o El Ordem Mundial, os países europeus tentam priorizar a sua compra, mas não podem depender das condições climáticas.
Faz ainda notar a plataforma que Espanha está particularmente exposta a estes problemas, uma vez que depende de países estrangeiros para importar o gás natural liquefeito com o qual gera três quartos da sua energia. Além disso, o Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL), que partilha com Portugal, sofre de falta de interligações com a França, o que torna o seu modelo ainda mais vulnerável ao aumento dos preços, salienta o El Ordem Mundial.
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