"Não há outro futuro. Temos de viver de forma diferente, com energia limpa e consumir menos. Esperemos que o projeto se concretize." Carmen é o carniceiro de Aras de los Olmos, uma pequena cidade rural de Espanha com 380 habitantes e com uma grande ambição: Abastecer-se de eletricidade limpa 24 horas por dia, avança o El País. Desde o início deste projeto de energia, ambiente e contra o despovoamento, já se passaram cinco anos.

O objetivo é muito simples, ser autossuficiente. E, para isso, a Câmara Municipal desta cidade do Alto Turia, a 110 quilómetros de Valência, irá ter um parque fotovoltaico, uma turbina eólica, uma instalação micro-hidráulica e uma central de biogás que se alimentará de dejetos suínos, estrume e restos agrícolas, revela o jornal espanhol.

O orçamento total é de quatro milhões e o projeto já recebeu meio milhão de euros do Ministério da Transição Ecológica. Com este investimento pretende-se criar uma "estrutura necessária para garantir a oferta nos períodos sem sol ou vento", revela o presidente da câmara, Rafa Giménez.

De acordo com o El País, este plano satisfaz os critérios de receção dos fundos europeus contra a Covid-19, ajuda à transição ecológica e contra o despovoamento por parte do Governo valenciano e da Generalitat.

“A nossa intenção é valorizar os recursos do município, como o sol, vento, água, biomassa, resíduos animais e vegetais. Todo este conjunto levou-nos a perguntar à Universidade Politécnica de Valência se era viável realizar um projeto global”, acrescenta o autarca.

Por sua vez, Carlos Roldán, professor de Engenharia Eletrotécnica no Politécnico e encarregado de conceber o projeto-piloto, explica que a sua maior singularidade reside "no uso municipal de energias renováveis para uso público durante 24 horas por dia", sem recorrer à energia convencional, como acontece na Ilha Canária de El Hierro, que também quer ser 100% renovável. 

A central de biogás tem como objetivo "cobrir as horas de desaparecimento de outras energias", acrescenta Roldán.

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