Volume de negócios imobiliários do Estado com quebra "acentuada" em 2020
No ano passado, o volume de negócios da Parpública, a 'holding' do Estado, correspondeu a um valor global de 58 milhões de euros, o que se traduz numa queda "acentuada" face a 2019 em cerca de 72,2 milhões de euros.
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Casa Imobiliário
O volume de negócios imobiliários do Estado registou uma quebra "acentuada" em 2020. Tal como se pode ler no relatório e contas da Parpública de 2020, consultado pelo Notícias ao Minuto, o volume de negócios da Parpública, a 'holding' do Estado, correspondeu a um valor global de 58 milhões de euros em 2020, o que se traduz numa queda "acentuada" face a 2019 em cerca de 72,2 milhões de euros, sendo o volume de negócios impactado, na sua maioria pela contribuição das participadas Estamo e Baía do Tejo, que completam cerca de 96% do volume faturado.
Ainda assim, a empresa que assegura a gestão de parte significativa do património imobiliário público considera que "o segmento imobiliário do Grupo mantém-se estável, concentrando os negócios desenvolvidos através das sociedades Estamo, Consest, Baía do Tejo e Fundiestamo."
Um decréscimo que o conselho de administração liderado por Jaime Serrão Andrez crê ser devido "por um lado, a inexistência de vendas de imóveis em 2020 na Sociedade Estamo quando, em 2019, tinha apresentado vendas de imóveis de cerca de 74 milhões de euros."
E, por outro lado, dado ao "aumento das rendas e taxas de cedência faturadas pela Sociedade Baía do Tejo (+6%), bem como, das comissões de gestão faturadas aos três fundos geridos pela Sociedade Fundiestamo (+18,5%), em relação ao período homólogo de 2019."
Já no que concerne aos resultados do imobiliário da Parpública, atingiram em 2020 cerca de 30,2 milhões de euros, verificando-se uma redução acentuada de cerca de 48% em relação a 2019, isto é, cerca de 58,6 milhões de euros.
De acordo com o relatório, o valor dos ativos desta área de negócio ascendia no final de 2020 para os 1.281 milhões de euros, apresentando assim uma diminuição de cerca de 18,8 milhões de euros, em relação ao ano anterior, salientando-se por um lado o decréscimo dos ativos da Estamo em cerca de 22 milhões de euros e um aumento dos ativos da Consest de 1,8 milhões de euros e na Baía do Tejo de 1,3 milhões de euros.
No caso da Estamo, depois de um saldo no final de 2019 (51,9 milhões de euros), a Sociedade procedeu à utilização do mesmo para efetuar pagamentos em 2020 de dívidas com empresas do Grupo, de dividendos à Parpública e de impostos, lê-se no documento
Com isto, terminou o ano de 2020 com 16,5 milhões de euros. Contudo, o saldo de clientes da Estamo voltou a subir situando-se nos 57 milhões de euros no final de 2020, um crescimento de 33% em relação a 2019.
A tendência de diminuição do passivo manteve-se no ano passado, em cerca de 26%, salientando-se a diminuição da dívida global do segmento para os 28 milhões de euros, quando em 2019 ascendia a 42,3 milhões, em grande parte devido a amortização de suprimentos no valor de cerca de 15 milhões de euros, efetuada pela Sociedade Estamo em 2020.
Por sua vez, os capitais próprios deste segmento registam um ligeiro aumento (1%), consequência dos resultados da maioria das Sociedades deste segmento.
Nesta senda, faz ainda sobressair a 'holding' do Estado que este segmento continua a ter uma expressão relevante no Grupo Parpública representando cerca de 12% dos ativos consolidados, os quais se encontram financiados por capitais próprios do Grupo na sua quase totalidade.
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