Tudo começou, no final dos anos 90, quando a Filadélfia lançou um programa para dar uma nova vida aos bairros envelhecidos da cidade e oferecer apoio aos proprietários de baixos rendimentos que não tinham recursos para renovar a sua habitação, escreve a Bloomberg. Uma iniciativa que proporcionou aos residentes dos bairros, reparações domiciliárias, priorizando a canalização e os telhados das casas.

A partir desse momento, de acordo com novas pesquisas sobre mais de 13 mil destinatários destas subvenções, tem-se verificado uma queda da taxa de criminalidade nos bairros de Filadélfia, onde as casas foram reabilitadas. Mais propriamente, registou-se menos 22% de crime em geral e de homicídios "do que provavelmente teriam, se não fosse a reabilitação urbana".

"A presença deste investimento reduziu os níveis de criminalidade em geral, em todos os tipos de crime", declarou Vincent J. Reina, professor da Universidade da Pensilvânia e coautor do relatório publicado na revista de investigação JAMA Network Open.

À medida que as principais cidades dos EUA verificam um pico no número de homicídios, este estudo oferece uma visão sobre os tipos de investimentos que podem ajudar com as taxas de criminalidade.

Neste estudo, realizado entre 2006 e 2013, os investigadores descobriram que quanto mais unidades o programa servia num bairro, maior o impacto das subvenções, com os benefícios de redução do crime, apenas registado em quatro ou cinco casas. "Não é uma redução instantânea que depois é lavada um ano depois", afirmou Vincent J. Reina. 

De acordo com os investigadores, medir a taxa de criminalidade nos bairros com casas reabilitadas fez com que o número total de incidentes fosse relativamente pequeno. Uma queda de 22% no crime fez com que fossem registados menos 5,6 crimes ao longo dos sete anos de estudo.

Contudo, estes resultados já são contestados pela teoria da justiça criminal do policiamento, pelo alto número de janelas partidas anotado, revela a Bloomberg. Mas Reina sublinha que os tipos de reparações domiciliárias estavam longe de ser apenas estéticas. "Na verdade, não se trata de fazer uma casa parecer menos degradada. Trata-se de garantir que o telhado não cede a meio da noite nas pessoas que estão lá dentro." Sendo o mais importante neste projeto, "proteger as pessoas de dentro de casa", reforçou Reina.

De realçar que o estudo não afirma que abordar a qualidade da habitação, pode acabar com o crime nos EUA. Mas à medida que cidades como Filadélfia procuram combater a violência, os investigadores apontam que uma atualização elétrica de 20 mil dólares (aproximadamente 17 mil euros) custa muito menos do que um agente da polícia adicional.

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