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Evergrande: Porque está o gigante do imobiliário a assustar os mercados?

A Evergrande está a fazer 'tremer' os mercados internacionais e há já quem preveja um impacto económico no futuro. O gigante chinês do imobiliário enfrenta atualmente mais de 300 mil milhões de dólares em dívidas, centenas de edifícios residenciais inacabados e fornecedores que decidiram suspender as suas obras. Mas como é que se tornou num problema?

Evergrande: Porque está o gigante do imobiliário a assustar os mercados?

Para a agência de rating Fitch, o incumprimento da Evergrande "parece provável". Já na perspetiva da Moody's, o promotor imobiliário "está sem dinheiro e tempo". Uma coisa podemos concluir que todos os especialistas estão de acordo, a Evergrande está a fazer 'tremer' os mercados internacionais e há já quem preveja um impacto económico no futuro.

Segundo o The New York Times, o gigante chinês do imobiliário é o promotor imobiliário mais endividado do mundo. Atualmente, a Evergrande enfrenta mais de 300 mil milhões de dólares em dívidas, centenas de edifícios residenciais inacabados e fornecedores que decidiram suspender as suas obras.

Assim, os especialistas estimam que os reguladores chineses poderão limpar o setor empresarial do país, deixando colapsar "bombas de dívida." Mas como é que a Evergrande se tornou num problema?

De acordo com o The New York Times, há uma década, a Evergrande vivia os chamados 'anos de glória', com o negócio de água engarrafada, a gestão da melhor equipa profissional de futebol da China e o fabrico de carros elétricos. Um cenário que rapidamente se inverteu, tornando-se agora numa ameaça para os maiores bancos da China, tal como escreve o jornal norte-americano.

Fundada em 1996, depois de ter conseguido alcançar um 'boom imobiliário' na China, a Evergrande tornou-se no apoio do mercado imobiliário chinês para o crescimento económico. No entanto, tem enfrentado processos judiciais de compradores de casas, que ainda aguardam a conclusão dos apartamentos já pagos, nos últimos anos.

Refre o The New York Times que a Evergrande poderia ter sido capaz de singrar, caso os reguladores chineses não recuassem nos empréstimos dos promotores imobiliários, forçando assim a venda de parte do império empresarial da empresa.

Poderá o fracasso da Evergrande afetar a economia chinesa?

"Um incumprimento da Evergrande poderá fazer com que a economia chinesa caia", escreveu no Financial Times, o investidor bilionário George Soros.

Por seu turno, Chen Zhiwu, professor de finanças da Universidade de Hong Kong, dá conta de que uma falha pode resultar numa crise de crédito para toda a economia, sendo que um fracasso da Evergrande, "não foi uma boa notícia para o sistema financeiro ou para a economia global". Mas, nem todos estão de acordo.

Bruce Pang, economista da China Renaissance Securities, afirmou que um incumprimento do promotor imobiliário poderia lançar as bases para uma economia mais saudável no futuro. "Se a Evergrande falhar (…), provará a maior tolerância de Pequim para os incumprimentos, apesar das dores e perturbações no curto prazo", sustentou.

Contudo, os investidores estrangeiros receiam que todo o dinheiro que lhes é devido desapareça, caso a Evergrande falhe. De acordo com o jornal norte-americano, as autoridades de Pequim já indicaram que não estão dispostas a resgatar os obrigacionistas estrangeiros e nacionais. 

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