Bloco defende que parte do IMI deveria ir para requalificação do Bolhão
O dirigente do BE José Soeiro defendeu hoje que uma parte dos "40 milhões de euros" que a Câmara do Porto recolhe anualmente em Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) deveria ser aplicada na requalificação do Mercado do Bolhão.
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Casa José Soeiro
"São os 100 anos do Bolhão, estamos aqui para dizer que não nos esquecemos, nem desistimos desta luta que temos feito com os vendedores e com a cidade", disse José Soeiro que hoje visitou o mercado acompanhado pela candidata do BE ao Parlamento Europeu, Marisa Matias.
No entender de José Soeiro, a Câmara do Porto tem recursos que deviam ser canalizados para a requalificação do mercado.
"Nós insistimos nesta ideia de que se a câmara recolhe 40 milhões de euros por ano em IMI e que uma parte desse dinheiro deveria ser utilizada para a requalificação do Bolhão e o que está previsto são zero cêntimos", frisou.
"Não faltam projetos de arquitetura para esta obra. É uma questão de prioridade política e essa, apesar do que foi dito na última campanha, não existiu neste orçamento e, portanto, mantém-se este impasse em relação ao mercado", disse José Soeiro, que foi candidato pelo BE à presidência da autarquia portuense.
O Mercado, que este ano assinala o centenário, foi em 2013 classificado como Monumento de Interesse Público, e está desde 2005 suportado por andaimes devido à degradação e risco de ruína em algumas zonas.
Depois de dois projetos e dois modelos de financiamento para a recuperação do edifício, no fim de 2011 o anterior presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, anunciou não poder avançar com uma intervenção orçada em 20 milhões de euros, sem uma comparticipação substancial de fundos comunitários.
O atual presidente da autarquia portuense revelou recentemente ter "o conceito" de reabilitação do Mercado do Bolhão já "perfeitamente definido", mas alertou ser "prudente" esperar por abril para saber se o projeto pode ser financiado por fundos comunitários.
Na ocasião, Moreira frisou que o mercado é, a par do Pavilhão Rosa Mota e da oferta cultural da cidade, importante para a consolidação do Porto como destino turístico, e anunciou que "o conceito" da sua reabilitação "está perfeitamente definido".
De acordo com o autarca, os montantes do investimento estão "mais ou menos quantificados", mas há "uma dúvida que ainda não está esclarecida": a definição do próximo Quadro Comunitário de Apoio (QCA) e com as verbas "que serão reservadas, ou não, à reabilitação urbana".