A "disrupção causada pela pandemia (que) mudou as expectativas das empresas e dos colaboradores relativamente aos modelos de trabalho, influenciando a tomada de decisão das empresas relativamente à localização dos seus escritórios", começa por revelar André Almada, Offices Advisory & Transaction Services Senior Directorda CBRE Portugal. Com isso em mente, a consultora imobiliária CBRE acaba de divulgar sete recomendações tendo em conta a tomada de decisão por parte das empresas no que diz respeito à localização dos seus escritórios, no seu mais recente relatório ‘Future Working Location Trends’, enviado em comunicado aos jornalistas.

Este relatório, a que o Notícias ao Minuto teve acesso, mostra como as decisões em termos de localização devem ser observadas no contexto da proposta de valor do colaborador e analisa os fatores de influência que as empresas devem considerar, desde a marca à cultura, passando pelos padrões de mobilidade, que sofreram alterações como consequência da pandemia.

Isto porque "este tipo de decisões precisam agora de estar totalmente interligadas com a proposta de valor que as empresas querem oferecer aos seus colaboradores, bem como com as competências e os perfis das funções que estes desempenham” sustenta o responsável. 

Reconhecer as diferenças entre colaboradores

As estratégias de localização das empresas implicam decisões e envolvem fatores quantitativos e subjetivos, sendo que nenhuma localização pontua o máximo em todos os critérios de seleção. Ou seja, a decisão final envolve um conjunto de escolhas que deve ser consistente com os objetivos definidos pela empresa.

Foco em unidades de negócio e funções 

Segundo a CBRE, as empresas têm de considerar as funções desempenhadas pelos colaboradores, isto é, como estas se distribuem entre os seus escritórios e como interagem umas com as outras, com clientes e outros 'stakeholders'.

Reconhecer como a marca e a cultura poderão ter mudado durante a pandemia

Enquanto é provável que os atuais colaboradores já esperassem determinadas respostas por parte da liderança da empresa, é importante considerar as implicações de tais medidas na atração de talento, aconselha a consultora imobiliária.

Considerar alterações nos padrões de deslocação casa-escritório 

A verdade é que uma redução das visitas ao escritório poderá significar que alguns colaboradores vivem agora mais longe. Um resultado reforçado com o aumento do preço das casas e de outras métricas de seleção da localização da habitação. Este fenómeno é mais provável em colaboradores que se encontram numa fase da vida onde mais tempo e espaço em casa é importante.

Manter o objetivo da proximidade física quando se contrata remotamente 

Para a CBRE, uma das principais vantagens da contratação remota é captar colaboradores que antes não seriam acessíveis. Algumas empresas que estão a contratar remotamente procuram selecionar candidatos numa determinada área, de forma a que estes mantenham uma interligação.

Definir novas medidas de produtividade 

As empresas têm de começar a medir a produtividade no escritório, pois as medidas tradicionais estão muito focadas no custo ou em medidas de satisfação ou desmotivação dos colaboradores. Deste modo, as empresas terão de desenvolver processos nas diversas funções e definir novas medidas de avaliação da produtividade, nomeadamente para comparar o trabalho realizado em casa com o que é feito no escritório, pode-se ler no documento.

Olhar antes de agir 

Por fim, mas não menos relevante, a CBRE aconselha a olhar antes de agir para evitar decisões precipitadas. Isto porque, antes da pandemia, muitas empresas tinham investido na criação de espaços mais atrativos e funcionais, um fator que agora é tão ou mais importante.

Leia Também: Worx ajuda a Lizmontagens Thermal Technologies a mudar de escritório