Proprietários de imóveis dão "cartão vermelho" ao Governo
Quase seis em cada dez proprietários (57%) afirma que o Executivo governou contra os seus direitos, e uma fatia de 38% é da opinião que o Governo simplesmente os ignorou ao longo da governação, revela a Associação Lisbonense de Proprietários (ALP).
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Na 4.ª edição do Barómetro ‘Confiança dos Proprietários’, elaborado pela Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), os proprietários de imóveis dão "cartão vermelho" ao Governo. No inquérito, enviado em comunicado ao Notícias ao Minuto, mais de metade dos respondentes (52,1%) avalia de forma “muito negativa” a atuação do Governo em 2021, aos quais acresce uma fatia de 36,2% que faz uma avaliação “globalmente negativa” do Executivo.
Isto significa que quase seis em cada dez proprietários (57%) afirma que o Executivo governou contra os seus direitos, e uma fatia de 38% é da opinião que o Governo simplesmente os ignorou ao longo da governação, lê-se no documento.
De acordo com o mesmo documento, 92,6% dos respondentes afirma que não tem confiança no Governo liderado por António Costa. Questionados sobre o porquê, mais de três centenas de respostas recebidas recai no clima de instabilidade presente ao longo de toda a governação em matéria de habitação e arrendamento, sendo que “perseguição fiscal”, “falta de visão de longo prazo”, “regras constantemente alteradas” são algumas das respostas registadas pelo estudo da ALP.
Proprietários também dão nota negativa à oposição
No entanto, os partidos da oposição, também não convencem os proprietários inquiridos pela ALP. Praticamente 70% refere que a oposição não defendeu os direitos dos proprietários de imóveis, pode-se ler no documento.
Ainda assim, o partido Iniciativa Liberal é nomeado por 35,6% dos inquiridos como a força política que mais defendeu a propriedade imobiliária privada no Parlamento, seguido do CDS-PP (com 20,8% das respostas), e com o PSD, na cauda da avaliação dos proprietários, com apenas 7,9% das respostas.
Com um novo ciclo político a iniciar-se em 2022, os proprietários de imóveis manifestam a sua disponibilidade para trabalhar em conjunto com o poder político, sendo que 37,1% está disposto a encontrar uma solução, e um terço dos respondentes (33%) não descarta essa possibilidade.
Nesse sentido, faz ainda sobressair o mesmo documento, 75% dos inquiridos pretende o alívio fiscal sobre a propriedade imobiliária e mais de metade (55%) exige o fim do congelamento das rendas em Portugal. Por fim, mais de um terço dos proprietários (37,3%) defende a necessidade de promoção de uma efetiva reforma da justiça.
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