Edifício em ruína (há 25 anos) dá lugar a residência para estudantes
A Câmara de Braga deu hoje parecer positivo à construção de uma residência privada para estudantes universitários em Santa Tecla, com um total de 170 unidades de alojamento, num edifício em ruína há vários anos.
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Casa Braga
O pedido de informação prévia (PIP) foi aprovado por maioria, com a abstenção da vereadora da CDU.
Para o presidente da Câmara, Ricardo Rio, trata-se de um projeto "bem-vindo", porque ajuda a combater o problema da escassez de oferta de alojamento para estudantes e acaba com "um foco de insegurança e criminalidade".
A residência vai implicar a "demolição integral" de um edifício existente no local e que está "há vários anos votado ao abandono", tendo, entretanto, sido adotado como palco de práticas "menos saudáveis".
"Aquele edifício e aquela ruína constituem um foco de insegurança e criminalidade", referiu Ricardo Rio.
Disse ainda que a concretização daquele projeto vai aumentar a oferta disponível ao nível da habitação para estudantes, mitigando uma carência identificada na cidade.
"Independentemente da oferta pública, que esperamos reforçar com o projeto para a antiga fábrica Confiança, haverá sempre mais necessidades a suprir", disse ainda o autarca.
O PS votou a favor, considerando que se trata de uma "boa solução" para acabar com um "esqueleto" já com mais de 25 anos.
"Acaba com um recanto com usos não propriamente saudáveis e vai levar uma nova dinâmica àquela zona, com uma forte presença de estudantes, o que poderá contribuir para que aquele espaço se abra e para que as coisas melhorem do ponto de vista social", defendem os socialistas.
A voz dissonante da unanimidade foi a da vereadora da CDU, Bárbara Barros, que se absteve, desde logo por em causa estar um local "mesmo nas imediações" de uma residência universitária pública.
"Vai criar-se uma certa competição, que não nos parece que possa funcionar muito bem", referiu.
Admitindo a necessidade de resolver o problema da falta de alojamento para estudantes, Bárbara Barros questionou até que ponto uma residência privada será a solução, face aos preços que poderá praticar.
"Quem recorre a residências são, normalmente, bolseiros e deslocados", lembrou.
Por outro lado, disse que o edifício que ali existe "não tinha solução à vista" e que, por isso, a CDU "não se opõe" à construção da residência para estudantes.
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