Imobiliário será "influenciado por fatores externos" este ano
2022 poderá ser um ano "globalmente positivo" para o setor, que não deixará, contudo, de "acomodar os efeitos da cada vez mais previsível subida das taxas de juro".
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O mercado imobiliário vai ser influenciado por fatores externos comuns que ditarão o seu abrandamento até ao final do ano, considera António Nogueira Leite, membro da direção da da Hipoges, uma empresa do setor da gestão de ativos.
Em primeiro lugar, importa sublinhar o contexto de subida das taxas de juro: "Não esqueçamos que nos últimos anos, a zona euro seguiu uma política monetária extremamente acomodatícia, assente no estabelecimento de taxas diretoras historicamente baixas e uma política de compra de ativos que quase triplicou o tamanho do balanço do BCE entre 2014 e 2021", diz António Nogueira Leite, citado num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Além disso, a aceleração da inflação a par dos efeitos da nova variante da Covid-19 vão contribuir para "moderar as perspetivas de forte crescimento, nomeadamente no setor residencial, com que iniciámos o corrente ano", defende Nogueira Leite.
"O crescimento da inflação e os baixos ritmos de nova construção concedem ainda elevada liquidez no mercado, com elevada fluidez de transações apesar dos elevados preços praticados, sobretudo nos centros urbanos mais dinâmicos e zonas turísticas mais procuradas", acrescenta ainda o responsável da Hipoges.
De uma maneira geral, Nogueira Leite considera que o "ano para o imobiliário poderá ser ainda globalmente positivo, sobretudo no setor residencial, mas não deixará de acomodar os efeitos da cada vez mais previsível subida das taxas de juro e do aumento relevante".
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