Rendas? Inflação que serve de base para a atualização já é superior a 4%
Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a taxa que serve de referência à atualização das rendas no próximo ano já é superior a 4%.
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A subida dos preços tem acelerado nos últimos meses e em junho terá mesmo atingido o valor mais alto desde dezembro de 1992. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a taxa que serve de referência à atualização das rendas no próximo ano já é superior a 4%.
De acordo com as regras em vigor, os valores das rendas estão sujeitos a atualizações anuais, que se aplicam de forma automática em função da inflação média dos últimos 12 meses registada em agosto, exceto habitação. Ora, este valor está já nos 4,1%, segundo o INE.
É com base neste valor que o IN) apura o coeficiente de atualização das rendas, tendo este de constar de aviso a publicar em Diário da República até 30 de outubro de cada ano. Apesar de ainda faltarem alguns meses, a verdade é que a taxa está já elevada.
Os inquilinos olham com inquietação para a evolução da inflação e consideram que, se esta se mantiver em níveis elevados, o Governo deve encontrar uma solução que mitigue a atualização das rendas em 2023.
"Se estivermos a falar de uma inflação de 7% ou 8% isso exigirá que o Governo tome medidas", afirmou à Lusa o presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL), Romão Lavadinho, a 11 de junho, sublinhando que pessoas de menores rendimentos não poderão ser confrontadas com atualizações de renda desta dimensão.
A aplicação da fórmula numa altura em que a inflação não deu ainda sinais de abrandamento leva Romão Lavadinho a recear o impacto junto das famílias, sobretudo das que têm menores rendimentos e que suportam já valores de rendas no limite da sua taxa de esforço.
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