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Almada inicia sábado demolição de 83 construções no bairro do 2.º Torrão

A demolição de 83 construções clandestinas do bairro do 2.º Torrão e o realojamento temporário de 60 famílias vão decorrer de 01 a 06 de outubro, anunciou hoje a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros (PS).

Almada inicia sábado demolição de 83 construções no bairro do 2.º Torrão
Notícias ao Minuto

21:19 - 29/09/22 por Lusa

Casa Câmara de Almada

"Nove agregados familiares já estão realojados temporariamente e há mais 27 que já têm uma solução habitacional aceite pelos próprios", disse a autarca socialista, que falava aos jornalistas em conferência de imprensa no Parque da Paz, em Almada, no distrito de Setúbal.

Segundo Inês de Medeiros, alguns destes moradores que vão ser realojados através do programa Porta de Entrada -- Programa de Apoio ao Realojamento Urgente, cofinanciado pelo Instituto da habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), terão de permanecer alguns dias em unidades hoteleiras de Almada ou de Lisboa, até que sejam formalizados os respetivos contratos e possam ocupar as novas casas.

Inês de Medeiros referiu também que a autarquia continua a procurar respostas para 16 famílias, oito das quais já recusaram soluções propostas pela autarquia.

A necessidade de realojamento urgente de dezenas de famílias do bairro do 2.º Torrão deve-se ao risco de derrocada de 83 de construções clandestinas - nem todas utilizadas como habitação - edificadas em cima de uma linha de águas pluviais que foi encanada.

De acordo com a Proteção civil de Almada, as perfurações efetuadas para ligações clandestinas dos esgotos à linha de água, fragilizaram ainda mais a estrutura da conduta e aumentaram o risco de derrocada.

Devido a esse risco, a Câmara de Almada decidiu declarar situação de alerta e ativar o Plano Municipal de Proteção Civil naquele bairro.

O processo de demolição, com início no próximo sábado, vai decorrer ao longo de seis dias, um para cada zona previamente delimitada e comunicada aos moradores.

A Câmara de Almada já tem em curso o processo de construção de 95 novos fogos, com projeto de arquitetura aprovado, para acolher, a título definitivo, os moradores do 2.º Torrão que nos próximos dias terão de abandonar as suas casas por razões de segurança.

Na quarta-feira, a presidente da Associação Cova do Mar, que presta apoio social no Bairro do 2.º Torrão, na Trafaria, Almada, afirmou numa reunião da Assembleia da União de Freguesias da Caparica e Trafaria que o processo de realojamento temporário de urgência não contemplava todos os moradores e que, para alguns deles, estava a ser um processo de desalojamento, não de realojamento.

A presidente da Câmara de Almada não quis abordar casos individuais, mas disse que o município assegura o realojamento temporário a todos os agregados familiares elegíveis, e que os restantes moradores, que não cumprem os requisitos por razões diversas, serão realojados através da Segurança Social.

De acordo com a Câmara de Almada, entre os moradores do bairro do 2.º Torrão não elegíveis para o realojamento de urgência temporário estão pessoas que têm uma segunda habitação na Área Metropolitana de Lisboa ou que estão a trabalhar e a residir no estrangeiro, mas a autarquia garante que todo o processo é dinâmico e que está disponível para corrigir eventuais falhas, caso existam.

Na conferência de imprensa, a presidente da Câmara de Almada lembrou, no entanto, que este processo de realojamento temporário não abrange todos os moradores do bairro, onde existem centenas de famílias e de construções clandestinas.

Como sublinhou Inês de Medeiros, trata-se de um realojamento temporário que se destina apenas a pessoas que residem nas casas que estão em risco de derrocada e que vão ser demolidas.

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