Investimento em imobiliário aumentou 27% até setembro para 1.656 milhões
O investimento em imobiliário atingiu, entre janeiro e setembro deste ano, 1.656 milhões de euros, um aumento de 27% em termos homólogos, depois de algumas transações, previstas para o segundo trimestre, terem sido concluídas no terceiro.
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No seu 'Marketbeat Outono 2022', a consultora imobiliária Cushman & Wakefield disse que "a recuperação da atividade de investimento em imobiliário comercial de rendimento registada durante o ano de 2021 continuou durante o primeiro semestre de 2022, com um volume na ordem dos 615 milhões de euros, cerca de 6% acima do volume registado no período homólogo de 2021".
De acordo com a empresa, "algumas das transações de maior volume que estavam previstas para o segundo trimestre do ano acabaram por ser concluídas apenas no terceiro trimestre, atingindo um volume total transacionado de 1.656 milhões de euros entre janeiro e setembro e refletindo um aumento de 27% face ao mesmo período de 2021".
Assim, "com 39 operações registadas este ano, que comparam com 41 transações registadas no período homólogo, o valor médio por transação aumentou para os 42 milhões de euros", referiu a consultora, acrescentando que, "à semelhança de anos anteriores, manteve-se o significativo peso das transações de grande dimensão, com os quatro maiores negócios a representar 45% do volume investido e o capital estrangeiro a dominar a atividade do mercado, sendo responsável por 74% do volume total investido em imobiliário comercial".
A Cushman & Wakefield disse ainda que o capital nacional manteve "uma trajetória positiva, atingindo no período em análise os 430 milhões de euros".
De acordo com a consultora, "o mercado de escritórios concentrou o maior volume ao atrair 37% do volume total investido, com 607 milhões de euros", destacando, entre as principais transações, a aquisição pela Sonae Sierra e Bankinter do edifício Atrium Saldanha ao Grupo Fibeira por 205 milhões de euros e a aquisição pelo Grupo Castel à Explorer de um portfólio de três edifícios de escritórios localizados em Lisboa por um valor entre os 110 e 120 milhões de euros e a aquisição pela Merlin Properties da antiga sede do Novo Banco na Avenida da Liberdade por 112 milhões de euros".
Seguiu-se "o mercado de Industrial e Logística, a recuperar da apatia de anos anteriores e com um volume de investimento de 536 milhões de euros, destacando-se as aquisições pela Blackstone do portfólio Connect ao Novo Banco por 208 milhões de euros e de um portfólio de 15 imóveis logísticos à M7 Real Estate por 125 milhões de euros".
A empresa referiu ainda que o setor hoteleiro pesou cerca de 15% no total investido, graças à "aquisição do Pestana Blue Alvor Hotel pela Azora ao Grupo Pestana por um valor entre os 75 e os 85 milhões de euros e pela compra do Novo Banco do portfólio de hotéis Aqualuz Tróia (Mar & Rio) & The Editory By The Sea à Sonae Capital por 34 milhões de euros".
"Em sentido oposto, a menor atratividade dos centros comerciais contribuiu para que o setor de retalho tenha agregado apenas 3% do volume total transacionado", destacou.
Eric van Leuven, diretor-geral da consultora em Portugal, avisou, citado numa nota, que, "no ano que se avizinha, a guerra da Ucrânia e as suas consequências a vários níveis irão continuar a contribuir para um clima de instabilidade da Europa e, consequentemente, menos propensão ao investimento", acrescentando que "o abrandamento da atividade e a subida das 'yields', já hoje sentidos na maior parte da Europa, deverão também chegar a Portugal".
"Por outro lado, o mercado português tem muitos fatores atenuantes a seu favor, nomeadamente uma forte procura, sobretudo nos setores de escritórios e logística, sendo que o país continua a atrair empresas que pretendem instalar-se em Portugal, num contexto de falta de oferta de espaços de qualidade, o que nos faz prever aumentos de rendas", referiu.
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