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Subida das taxas de juro. Qual é o impacto para quem tem crédito da casa?

O BCE voltou a aumentar as taxas de juro na quinta-feira, pelo que é provável que "assistiremos à continuação de renovações periódicas dos créditos habitação, com fortes revisões em alta das prestações mensais".

Subida das taxas de juro. Qual é o impacto para quem tem crédito da casa?

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu, na quinta-feira, aumentar as taxas de juro em 50 pontos base, o que significa que tem quem créditos à habitação indexados às taxas Euribor deverá continuar a assistir a uma revisão em alta das prestações mensais a pagar ao longo dos próximos meses. 

"Do ponto de vista da economia familiar, assistiremos à continuação de renovações periódicas dos créditos habitação, com fortes revisões em alta das prestações mensais. Para quem vai contratar um novo empréstimo para comprar casa nos próximos meses é provável que as condições se mantenham estáveis nos níveis atuais, à espera de se verificar os movimentos da Euribor (para os créditos com taxa variável) e o custo de financiamento a longo prazo (no caso dos créditos com taxa mista e fixa)", referiu Miguel Cabrita, responsável do idealista/crédito habitação Portugal, num comunicado enviado ao Casa ao Minuto

Miguel Cabrita explica que "o verdadeiro impacto do aumento de 50 pontos básicos será notado no comportamento da Euribor, que reflete a expetativa a 12 meses e que está próxima de 2,80% há várias semanas".

"Teremos de ver se esta subida da taxa de juro impulsiona a Euribor e a mesma volta a subir (situando-se acima dos 3%) ou se, pelo contrário, apenas subirá quando o BCE também supere os 3%. Apesar da inflação estar a baixar, os seus níveis continuam muito acima do objetivo, e não parece haver nenhum indicador que garanta que durante 2023 nos aproximemos dos 2%, sendo previsível que as taxas de juro se mantenham nos níveis atuais ou até mesmo que continuem a subir", acrescenta. 

O BCE aumentou na quinta-feira em 0,50 pontos percentuais as taxas de juro e anunciou novas fortes subidas no futuro para controlar a inflação, depois de na quarta-feira a Reserva Federal dos EUA (Fed) ter feito o mesmo.

Taxas de juro vão continuar a subir

Apesar de tudo, o BCE abrandou o ritmo de subida das taxas de juro, mas avisou que vai continuar a subi-las "significativamente", mostrando-se determinado no combate à inflação, que continua "demasiado elevada".

"Ainda temos caminho a percorrer", "temos de ir mais longe", "estamos numa longa partida", foram várias as expressões usadas por Christine Lagarde, presidente do BCE, para passar a mensagem de firmeza do banco central, após a última reunião de um ano movimentado.

"Dado o momento atual, muitos dos nossos clientes estão a alterar os contratos de taxa de variável para mista ou fixa, de forma a limitar o impacto da forte subida. Nos últimos meses, no idealista/créditohabitação registou-se um crescimento acentuado da procura de transferência do crédito habitação, sendo que esta tendência se manterá seguramente durante a primeira metade do próximo ano", acrescentou Miguel Cabrita. 

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