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Canceladas apresentação de 'A Desumanização'

A Porto Editora anunciou à Lusa que a série de apresentações do romance "A Desumanização", de Valter Hugo Mãe, que começava em Coimbra, foi cancelada, "por problemas de saúde" do escritor.

Canceladas apresentação de 'A Desumanização'
Notícias ao Minuto

17:07 - 18/12/13 por Lusa

Cultura Valter Hugo Mãe

Estão, assim, canceladas as sessões previstas para esta quarta-feira, às 21:30, em Coimbra, na Galeria Santa Clara, na quinta-feira, às 18:30, em Lisboa, na FNAC Chiado, na sexta-feira, às 21:30, no Auditório Municipal da Póvoa de Varzim, e as duas agendadas para sábado, às 17:00, na FNAC do NorteShopping, em Matosinhos, e às 21:00, na FNAC GaiaShopping, em Vila Nova de Gaia.

Sobre o romance, em declarações à Lusa, quando do seu lançamento no mercado, Valter Hugo Mãe afirmou que esta é uma história "pensada na Islândia e para a mundividência islandesa".

Valter Hugo Mãe deslocou-se várias vezes à Islândia, território que sempre o impressionou "pela dimensão de uma certa fantasia tremenda, [onde] há um 'tremendismo' ligado a uma ideia de pureza, ou de mundo que começa, porque é tão recôndito que tudo parece ainda antigo, antes do homem".

"Eu sabia que havia de lá encontrar um livro", declarou.

Referindo-se ao romance "A Desumanização", Hugo Mãe afirmou que decidiu "escrever um livro com uma trama islandesa, uma história pensada na Islândia e para a mundividência islandesa".

"Este desafio passa muito por retirar-me as referências do costume, ou seja, colocar-me um pouco em perigo, ao propor-me pensar numa história sem utilizar os vícios de sempre, as muletas que são próprias da nossa cultura", afirmou.

"A Desumanização" é "um livro profundamente feminino", em que a protagonista e narradora é uma menina entre os 11 e os 14 anos, chamada Halldora, a quem morre a irmã gémea.

"Podemos dizer que a Islândia funciona como símbolo da solidão e a morte da irmã gémea como símbolo da solidão extrema", disse à Lusa o escritor.

Valter Hugo Mãe nasceu há 42 anos em Angola na antiga Vila Henrique de Carvalho, atual Saurimo. Estreou-se literariamente em 1996 com o livro de poesia "silencioso corpo de fuga", editado em 1996.

Publicou vários livros de poesia e, em 2004, estreou-se no romance com a obra "o nosso reino". Em 2007, venceu o Prémio Saramago com "O remorso de Baltazar Serapião", editado em 2006 na Quasi, editora por si fundada, com Jorge Reis-Sá, em 1999.

Em 2008, editou o romance "o apocalipse dos trabalhadores", a que se seguiu "a máquina de fazer espanhóis", em 2010, e, em 2011, "o filho de mil homens", ao qual sucedeu "A Desumanização".

Valter Hugo Mãe é também autor de quatro títulos para a infância e juventude e de antologias de poesia. Em 2001, codirigiu a revista Apeadeiro.

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