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Produtora Oublaum Filmes apresenta em Berlim com dois filmes portugueses

O realizador Ico Costa estará no festival de cinema de Berlim no papel de produtor, com dois filmes autorais, independentes, feitos com poucos meios, que ajudou a finalizar através da produtora Oublaum Filmes.

Produtora Oublaum Filmes apresenta em Berlim com dois filmes portugueses
Notícias ao Minuto

14:56 - 11/02/22 por Lusa

Cultura Berlim

"Eu não abri [a produtora] no sentido de querer ser um grande empresário. Abri a produtora em 2018 para fazer os meus filmes e depois estava aberto a fazer filmes com amigos, num ambiente o mais familiar possível. É uma das características", afirmou o realizador e produtor Ico Costa à agência Lusa.

No festival de cinema de Berlim, que começou na quinta-feira, Ico Costa apresentará dois documentários que a produtora Oublaum Filmes ajudou a finalizar: "Águas do Pastaza", de Inês T. Alves, e "Terra que marca", de Raul Domingues.

"Eram dois filmes feitos por eles próprios, filmaram sozinhos sem equipa nenhuma, com meios muito parcos. Mas depois na pós-produção é preciso sempre algum dinheiro, porque os estúdios são caros", explicou Ico Costa.

"Águas do Pastaza", que está na secção Generation do festival de Berlim, é a primeira longa-metragem de Inês T. Alves e foi rodada na floresta amazónica equatoriana, perto do rio Pastaza, acompanhando apenas a vida das crianças da comunidade Suwa.

"Surgiu assim a ideia de um documentário que iria acompanhar o dia-a-dia destas crianças extremamente independentes, mostrando a sua ligação íntima com a natureza, bem como a sua relação com as novas tecnologias, fenómeno bastante recente na comunidade", explica a realizadora na nota de intenções.

"Terra que marca" é a segunda longa-metragem de Raul Domingues e foi selecionada para o programa Fórum, em Berlim. No filme, o realizador regista os gestos e as rotinas de quem vive e trabalha no campo, em meio rural.

"Quando iniciei este filme não tinha ideias. Comecei a ajudar a minha avó nas suas tarefas diárias. Fui percebendo algumas das relações que ela mantém com a natureza. O trabalho árduo de cavar a terra e de a preparar para a sementeira. O arrancar das ervas daninhas e o revirar da terra junto às batateiras. Regar o milho. Espetar as estacas nos feijões", afirma o realizador, citado no dossier de imprensa.

Para Ico Costa, "foi uma surpresa enorme agora ter em Berlim dois filmes que foram feitos de uma forma um bocado amadora". "Estamos nas nuvens", admitiu.

Ico Costa produziu e realizou a longa-metragem "Alva" (2019) e as curtas-metragens "Timkat" e "Domy + Ailucha: Cenas Kets", além de assinar outras curtas como "Nyo Vweta Nafta" e "Barulho, eclipse", produzidas pela Terratreme.

Pela Oublaum Filmes, Ico Costa está ainda em processo de produção e rodagem da sua segunda longa-metragem, "Rosilene", em Moçambique, e a trabalhar em coprodução internacional em vários projetos com França, Alemanha, Argentina, Paraguai, Uruguai, Singapura, Taiwan e China.

Entre esses projetos estão os filmes "El auge del humano 3", de Eduardo Williams, e "Tomorrow is a long time", que Jon Zhi Wei acaba de rodar em Taiwan.

"Apesar de haver coproduções, as minhas relações com os realizadores são por amizade. Todos os filmes não seguem as regras do que é uma produção normal de um filme, em que há um projeto, candidata-se, ganha-se apoio. O mais importante é filmar, é fazer as coisas de uma forma não muito apegada às convenções", explicou.

A 72.ª edição do Festival de Cinema de Berlim estende-se até ao dia 20, mas os prémios das secções oficiais serão revelados no dia 16.

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