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Na estreia do MEO Kalorama, eis os cinco nomes em destaque

A primeira edição do festival contará com gigantes do rock internacional, mas também com alguns nomes menos conhecidos que podem roubar a atenção dos holofotes.

Na estreia do MEO Kalorama, eis os cinco nomes em destaque

Depois de um verão marcado pelos regressos dos grandes festivais aos palcos portugueses, que acolheram enchentes ansiosas por voltar a ouvir e ver música ao vivo, o MEO Kalorama é o festival que assinala o fim da temporada.

Na sua primeira edição, o Kalorama surpreendeu muitos, surgindo de repente com grandes nomes do rock internacional, como Arctic Monkeys e os Chemical Brothers, reservando o lugar no Parque da Bela Vista - recinto até agora conhecido por acolher o Rock in Rio Lisboa.

Os concertos arrancam esta quinta-feira, às 16h, e só terminam para lá da 1h de domingo. Ao todo, são praticamente quatro concertos por palco, por cada um dos três dias.

A algumas horas de se abrirem as portas pela primeira vez, veja quais os principais nomes a que deve estar atento, se for um dos primeiros festivaleiros deste novo certame (e evitamos nomes como Ornatos Violeta e Arctic Monkeys, já que estes dois não são propriamente uma surpresa para o público de Lisboa).

Nick Cave & The Bad Seeds

A primeira entrada é suspeita: o autor deste texto não esconde o interesse em Nick Cave, mas a verdade é que este será, possivelmente, o concerto mais previsível. Em junho, o músico australiano passou pelo Porto e, durante duas horas e meia, alternou entre os grandes êxitos e os sons mais recentes da sua carreira que já dura desde 1973.

A presença de Nick Cave no palco é indescritível. Aos 64 anos, Cave não para, correndo de um lado para o outro enquanto canta e recita as suas preces e a sua música tenebrosa, profética e arrepiante.

As suas letras são de uma constante interrogação da sua própria fé, questionando Deus sobre o mal que se abate sobre si e sobre a sua vida. Depois da morte dos dois filhos, especialmente do mais novo, em 2015, a sua música assumiu um tom mais pesado, mas é um luto que Nick Cave carrega com enorme pujança em todos os seus espetáculos.

Marina Sena

A expressão inglesa 'if you blink, you'll miss it' é difícil de traduzir, mas descreve um pouco a ascensão de Marina Sena aos grandes palcos. Em 2021, a brasileira lançou o álbum 'De Primeira' e, um ano depois, graças à gigantesca popularidade do single 'Por Supuesto' no TikTok, estava a pisar os maiores palcos do Brasil e da Europa.

Sena passou recentemente por Portugal: depois de uma passagem em abril, veio a Sines no final de julho e, apesar de não ter trazido consigo uma enchente, a brasileira trouxe pelo menos uma maré de sensualidade. O seu concerto, marcado para as 1h, vai obrigar a muita energia para acompanhar a dança no palco.

É impossível ainda falar da nova sensação brasileira sem falar do seu grande impacto político, mesmo em palco. À semelhança da compatriota Anitta, Sena tem sido muito ativa na política brasileira, chegando a dizer durante a passagem pelo festival Músicas do Mundo, em Sines, que "já nasci 'petista'" (apoiante do Partidos dos Trabalhadores, de Lula da Silva). É um concerto muito focado em criar um ambiente confortável e positivo, com a artista a salientar o foco na música feita por mulheres.

Alice Phoebe Lou

O pôr do sol em Lisboa está marcado para pouco depois das 20h, e o Parque da Bela Vista é um dos locais privilegiados para assistir a um bom final de tarde. É também por essa hora que sobe ao palco Alice Phoebe Lou, no segundo dia de festival.

É quase obrigatório para os festivais de verão terem um nome 'indie' ao final da tarde, para que o público se possa sentar e apreciar um bom rock, bem calmo, à medida que o dia esmorece. Alice Phoebe Lou encaixa perfeitamente nessa categoria, a par de nomes como Kevin Morby, Lucy Dacus, Helado Negro, entre muitos outros.

Com apenas dois álbuns, publicados ambos em 2021, espera-se que a voz apaziguante da sul-africana seja perfeita para relaxar - as músicas do álbum 'Glow' têm potencial para criar um dos melhores concertos calmos do festival -, com um concerto bem posicionado antes da loucura dos Arctic Monkeys, nessa mesma noite.

Moderat

Perto do final de 2021, os Moderat anunciaram o regresso aos palcos e aos álbuns, depois de quatro anos de sabática. O icónico grupo de eletrónica alemão entretanto já lançou um novo álbum, 'MORE D4TA'.

Muitas conceituadas revistas de música internacionais continuam a considerar os Moderat como um dos melhores espetáculos ao vivo. O seu uso inovador de sintetizadores, com 'beats' que rebentaram com a eletrónica no início da última década, influenciaram muita da música de dança feita em Berlim - e ser relevante na cena eletrónica de Berlim é ser relevante em todo o mundo.

Marcado para a mesma hora de Marina Sena, será preciso escolher entre a novidade brasileira e o conjunto alemão. Suspeitando que Sena deverá voltar a Portugal, valerá certamente a pena uma visita ao palco principal para ver Sascha Ring (ou 'Apparat'), Gernot Bronsert e Sebastian Szary.

Róisín Murphy

Ficamos na eletrónica para o último nome da lista. No segundo dia, a irlandesa Róisín Murphy, que marca a música de dança desde os anos 90, trará músicas do seu álbum mais recente, 'Crooked Machine', o contraponto ao álbum de 2020, 'Róisín Machine'.

Para a conceituada Pitchfork, a ícone irlandesa "já fez clássicos suficientes para encher uma lista de 'Top40' das músicas mais fabulosas do mundo". Ao vivo, Murphy é espalhafatosa, irreverente e cheia de cores vibrantes e 'looks' estranhos, proclamando-se como uma 'diva' da eletro.

Com visuais mais virados para o psicadélico, o concerto deverá ser uma explosão de luz e a dança será impossível de ser evitada. Até para aquelas que só batem com o pé no chão, será difícil resistir ao otimismo de 'Murphy's Law'.

O MEO Kalorama arranca esta quinta-feira. Poderá acompanhar mais tarde a cobertura do Notícias ao Minuto sobre a primeira edição do novo festival de música em Lisboa.

Leia Também: Festival Kalorama estreia-se hoje em Lisboa com Chemical Brothers

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