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CCB recebeu 40 candidatos à direção do Museu de Arte Contemporânea

O Centro Cultural de Belém (CCB) recebeu cerca de 40 candidaturas, na maioria de candidatos estrangeiros, para a direção do Museu de Arte Contemporânea (MAC/CCB), que inaugura na sexta-feira com novas exposições, revelou hoje esta entidade.

CCB recebeu 40 candidatos à direção do Museu de Arte Contemporânea
Notícias ao Minuto

22:13 - 23/10/23 por Lusa

Cultura CCB

Contactada pela agência Lusa sobre o ponto da situação do concurso internacional aberto a 23 de junho para a direção artística, fonte do museu indicou que "das cerca de 40 [candidaturas] que deram entrada no CCB, 3/4 são [de] candidatos estrangeiros".

"O processo de seleção está em curso, e mantém-se o calendário previsto para poder anunciar o diretor artístico para o MAC/CCB, em dezembro deste ano", depois da seleção e realização de entrevistas, acrescentou a mesma fonte do gabinete de comunicação e imprensa do museu.

Em junho, quando o concurso abriu, foram apresentados os critérios com o perfil pretendido para o cargo, nomeadamente formação superior, com valorização de doutoramento em História de Arte, Curadoria, Museologia e/ou Teoria da Arte, experiência curatorial comprovada em ambiente internacional, além de experiência de direção de uma instituição museológica ou expositiva.

Também exigia "visão estratégica no sentido da construção de uma programação nacional e internacional ambiciosa" e "bom conhecimento do panorama artístico português" para a liderança do MAC/CCB.

A direção terá como funções definir e propor uma programação anual, coordenar a equipa e o orçamento do museu, em articulação com a "estrutura CCB", gerir as diferentes coleções em depósito, em articulação com o "acervo CCB", e estabelecer contactos e projetos de colaboração, de âmbito nacional e internacional.

Para a direção do anterior Museu Coleção Berardo - que celebrou o 15.º aniversário com mais de 10 milhões de visitantes no ano passado - foram convidados pelo empresário e colecionador José Berardo o curador francês Jean-François Chougnet, sucedido pelo historiador de arte e curador Pedro Lapa e, depois, pela curadora Rita Lougares.

O museu abre oficialmente portas na sexta-feira, às 21:30, tendo em depósito as coleções Berardo -- do qual o CCB se mantém fiel depositário -, Ellipse, adquirida pelo Estado em 2022, e a Teixeira de Freitas, estando prevista uma exposição sobre esta última coleção e uma individual da artista belga Berlinde de Bruyckere.

Nos três dias de abertura, que inclui o fim de semana, o MAC/CCB vai realizar uma programação especial com entrada gratuita, como anunciado pelo CCB, que se inicia na sexta-feira, às 21:30, com uma performance musical de João Pimenta Gomes (sintetizador modular) com voz de Carminho, e a atuação do DJ Jonathan Uliel Saldanha.

No sábado e domingo, entre as 10:00 e as 19:00, o museu será ainda palco de concertos, visitas guiadas e atividades pensadas para o público adulto e famílias, nomeadamente para a nova exposição "Atravessar uma ponte em chamas", da artista belga Berlinde de Bruyckere.

O museu abrirá com a exposição permanente "Objeto, Corpo e Espaço - A revisão dos géneros artísticos a partir da década de 1960" e "Coleção Berardo do Primeiro Modernismo às Novas Vanguardas do Século XX", num percurso com núcleos dedicados às principais vanguardas históricas da primeira metade do século XX, como o cubismo, o dadaísmo e o surrealismo.

Criado depois da extinção da Fundação de Arte Moderna e Arte Contemporânea -- Coleção Berardo, o MAC/CCB foi anunciado após a denúncia de um protocolo de comodato assinado entre o Estado e o colecionador de arte José Berardo, que passou a vigorar a partir de 01 de janeiro deste ano, sempre com a oposição do empresário.

A Coleção Berardo reúne os desenvolvimentos artísticos no mundo ocidental, no decurso do século XX, e inclui, entre outras obras, artistas estrangeiros de renome como Jean Dubuffet, Joan Miró, Yves Klein, Piet Mondrian, Duchamp, Chagall, Picasso e Andy Warhol, e de portugueses como Rui Chafes, Fernanda Fragateiro e Julião Sarmento.

As obras estão arrestadas pela justiça desde julho de 2019, na sequência de um processo interposto em tribunal pelo Novo Banco, pela Caixa Geral de Depósitos e pelo BCP, para recuperarem uma dívida de cerca de 1.000 milhões de euros.

Leia Também: Novos módulos? CCB espera que "aumente fasquia da oferta cultural"

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