Procurar

Israel não faz parte da Europa, mas participa na Eurovisão. Porquê?

Israel participa no Festival Eurovisão da Canção desde 1973 e até já venceu o concurso quatro vezes. Recentemente, vários países pediram a sua expulsão devido à atual ofensiva na Faixa de Gaza. Entenda porque é que Israel (ainda) participa.

Israel não faz parte da Europa, mas participa na Eurovisão. Porquê?

© FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
13/09/2025 16:02 ‧ há 1 semana por Márcia Guímaro Rodrigues

Cultura

Eurovisão

A participação de Israel no Festival Eurovisão da Canção está a causar polémica devido à atual ofensiva na Faixa de Gaza e há já vários países a ameaçar retirarem-se do certame se o país do Médio Oriente não for expulso. Mas, afinal, porque é que Israel participa num concurso europeu?

 

Segundo as normas do festival, todos os membros ativos da União Europeia da Radiodifusão (UER) podem participar. Para ser um membro ativo é preciso cumprir certos requisitos, incluindo fazer parte da Área Europeia de Radiodifusão. 

Esta área inclui a Europa, partes do Médio Oriente e do Norte de África e até países do Cáucaso e Ásia Central. Assim, é permitido que países como Israel, Geórgia, Azerbaijão e Arménia façam parte do Festival Eurovisão da Canção.

Israel é, assim, considerado um membro ativo da UER através da sua emissora público, que atualmente é a KAN. O país do Médio Oriente participou pela primeira vez no Festival Eurovisão da Canção em 1973 e, desde então, venceu o concurso quatro vezes: em 1978, 1979, 1998 e 2018.

Pode recordar, no vídeo abaixo, todas as participações de Israel na Eurovisão:

UER não expulsa Israel, mas expulsou a Rússia em 2022. Qual é a diferença?

As críticas sobre a participação de Israel no Festival Eurovisão da Canção intensificaram-se em dezembro de 2023, meses após o ataque do grupo islamita palestiniano Hamas que desencadeou o mais recente conflito na Faixa de Gaza.

O anúncio de que Israel faria parte do lote de países a concurso em 2024 foi alvo de críticas, com a conta oficial da Eurovisão na rede social X (antigo Twitter) a ser inundada de comentários de fãs que acusaram a organização do evento de ter "critérios duplos" para a participação e lembraram que a Rússia foi expulsa um dia após a invasão da Ucrânia. 

No entanto, num esclarecimento na altura, a organização defendeu que "o Festival Eurovisão da Canção é um concurso para as emissoras públicas de toda a Europa e do Médio Oriente"

"É um concurso para as emissoras - não para governos - e a emissora pública israelita participa no concurso há 50 anos", reiterou.

Questionada sobre o facto de a Rússia ter sido expulsa do festival, em 2022, após a invasão da Ucrânia, a UER explicou que o país liderado por Vladimir Putin violou as suas "obrigações" enquanto membro e violou "os valores dos meios de comunicação social públicos".

A posição da UER em relação à participação de Israel manteve-se ao longo dos últimos dois anos e, recentemente, o diretor do festival, Martin Green, defendeu que a Eurovisão "não deve ser utilizada como trampolim para sanções políticas".

As declarações surgiram após a televisão espanhola RTVE ter pedido a "abertura de um debate" sobre a participação da televisão israelita KAN no festival devido a "preocupações e opiniões muito profundas sobre o atual conflito no Médio Oriente".

"Eventos como a Eurovisão têm como objetivo recordar ao mundo o melhor que pode ser. O que importa é o que nos une, não o que nos divide", defendeu.

À semelhança do que tem feito a UER, Martin Green afirmou que a "Eurovisão é um concurso entre organismos públicos de radiodifusão, não entre nações" e, por isso, "não deve ser utilizada como trampolim para sanções políticas".

UER reconhece

UER reconhece "preocupações e opiniões", mas defende Israel na Eurovisão

Apesar de reconhecer que "existem preocupações e opiniões muito profundas sobre o atual conflito no Médio Oriente", a União Europeia de Radiodifusão (UER) reiterou que o concurso destina-se a "todos os membros".

Notícias ao Minuto | 17:51 - 14/04/2025

Vários países ameaçam sair da Eurovisão se Israel participar

Ao longo dos últimos dias, a Irlanda e os Países Baixos juntaram-se à Eslovénia, Islândia e Espanha nos apelos à UER para a expulsão do país do Médio Oriente devido à ofensiva na Faixa de Gaza.

No entanto, Martin Green adiantou, num comunicado enviado à agência de notícias France-Presse (AFP), que compreende as "preocupações e as opiniões profundamente enraizadas em torno do conflito em curso no Médio Oriente".

No entanto, sublinhou que "as emissoras têm até meados de dezembro para confirmar se desejam participar no evento do próximo ano em Viena" e que "cabe a cada membro decidir se quer participar".

Vários países ameaçam sair da Eurovisão se Israel participar. Entenda

Vários países ameaçam sair da Eurovisão se Israel participar. Entenda

Países como a Irlanda, Países Baixos, Eslovénia, Islândia e Espanha já confirmaram ou ameaçaram que não vão participar na próxima edição da Eurovisão, na Áustria, caso Israel não seja expulso devido à ofensiva em Gaza.

Márcia Guímaro Rodrigues | 18:04 - 12/09/2025

Sublinhe-se que, na edição deste ano, Israel esteve prestes a superar a Áustria na final da Eurovisão, que venceu nos momentos finais. A Áustria, com JJ e 'Wasted Love', recebeu um total de 436 pontos: 258 pontos do júri e 178 pontos do público. Já Israel, com Yuval Raphael e 'New Day Will Rise', somou 357, distribuídos por 60 do júri e 297 do público.

Leia Também: Espanha sai da Eurovisão? "Não podemos normalizar participação de Israel"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com

Recomendados para si

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

IMPLICA EM ACEITAÇÃO DOS TERMOS & CONDIÇÕES E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mais lidas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10