Prémio BES Photo significa "liberdade para trabalhar"
O fotógrafo brasileiro Pedro Motta, galardoado na terça-feira com o Prémio BES Photo 2013, disse à agência Lusa que o galardão, no valor de 40 mil euros, representa "sobretudo a liberdade de poder trabalhar" nesta área.
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O prémio, em nona edição, foi entregue pela primeira vez a um fotógrafo do Brasil desde que se estendeu, há dois anos, àquele país e também aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
No ano passado, Mauro Pinto, de Moçambique, foi o vencedor deste prémio, o de valor mais elevado na área da fotografia, em Portugal, patrocinado pelo Banco Espírito Santo (BES).
A cerimónia de atribuição decorreu o Museu Colecção Berardo, em Lisboa, com a presença dos outros três finalistas de Portugal, Brasil e Moçambique.
Albano Silva Pereira (Portugal), Filipe Branquinho (Moçambique), e Sofia Borges (Brasil) também chegaram à fase final do prémio, e todos apesentaram novos trabalhos para serem avaliados por um júri internacional.
Pedro Motta, de 35 anos, nascido em Belo Horizonte, apresentou a série ‘Natureza das Coisas’, com imagens captadas na terra natal que abordam a relação entre os homens e o meio natural, numa forma intocada, ou alvo de intervenção humana.
Na cerimónia, depois da apresentação do prémio pelos organizadores - Ricardo Salgado, presidente do Conselho de Administração do BES e Joe Berardo, presidente da Fundação com o mesmo nome - Pedro Motta agradeceu sobretudo à esposa, "porque ela acompanhou todas as dificuldades do processo".
"Ter sido seleccionado para finalista e mostrar o meu trabalho aqui já foi um prémio. Criei sem nenhuma restrição e isso foi muito bom", comentou o galardoado à agência Lusa.
Indicou que pretendia avançar com o projecto actual apresentado nesta exposição, e que ganhar o prémio significa poder concretizar esse sonho.
"O meu trabalho tem lugar numa geografia afectiva, ligada às minhas origens, mas o meu trabalho, com este cenário da natureza, poderia ser em qualquer ponto do mundo", comentou.
O premiado acrescentou que viajou recentemente por Portugal e sentiu vontade de fotografar o País.
Pedro Motta estudou desenho, formação que "foi abafada pela fotografia, mas entretanto retomada".
O júri internacional que elegeu o vencedor foi composto pelo escritor inglês Geoff Dyer, o escritor e crítico de arte belga Luc Sante, e a crítica de arte espanhola Rosa Olivares.
Na justificação, o júri - que decidiu por unanimidade - realçou como Pedro Motta "estabelece um diálogo entre as diferentes expressões artísticas, pela aproximação destas a uma linguagem fotográfica autónoma".
"É de destacar a forma como o artista desenvolve a percepção do real e do falso através da adivinha, da sugestão e do imprevisto, na utilização da paisagem enquanto género tradicional da História da Arte", acrescenta o júri.
Pedro Motta vive e trabalha em Belo Horizonte e São João del Rei, em Minas Gerais, no Brasil, onde se formou em desenho pela Escola de Belas Artes da Universidade de Minas Gerais, em 2002.
A exposição ficará patente no Museu Berardo até 2 de Junho, seguindo depois para o Brasil, onde será inaugurada a 18 de Junho no Instituto Tomie Ohtake, permanecendo até 28 de Julho.
O Prémio BES Photo já galardoou Helena Almeida, José Luís Neto, Daniel Blaufuks, Miguel Soares, Edgar Martins, Filipa César, Manuela Marques e Mauro Pinto.
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