Na grande entrevista que concedeu, esta terça-feira,  ao podcast '1 PARA 1', apresentado por Pedro Pinto, João Palhinha explicou os motivos que o levaram a tornar-se um dos principais recuperadores de bola na Premier League e na Europa ao serviço do Fulham.

"Oitenta, noventa por cento desta característica define-se pela paixão que tenho pelo jogo, pela 'fome'. Acho que vem de dentro, não é algo que se treine. O ambiente em Inglaterra, cada vez que eu vou ao chão e eles [adeptos] fazem aquele 'bruá', dá-me gasolina", atirou Palhinha, que antecipou a participação da equipa das quinas no Euro'2024.

"As pessoas têm sempre as expetativas mais altas. De podermos alcançar uma final. As equipas também vão estar muito bem preparadas, mas temos consciência perfeita que temos mais do que qualidade individual e coletiva para podermos alcançar esse objetivo", asseverou o médio.

Palhinha assumiu que parte da confiança em realizar uma boa campanha deve-se também ao impacto positivo de Roberto Martínez.

"Eu sinto o grupo muito motivado, muito feliz também com esta vinda do Mister Roberto Martínez. Acho que trouxe algo de novo e que estávamos sinceramente todos a precisar na seleção. O mister tem uma mente bastante aberta no que diz respeito ao futebol, mesmo na ligação com o jogador. É um treinador que liga muito aos pormenores. Nunca pensámos que fosse assim tão pormenorizado em relação a certos detalhes, não só em relação ao jogo, mas extra futebol. Tenho sido um privilegiado também por trabalhar com ele e ter tido também o meu espaço na seleção. Sou grato também por isso e partilho a minha opinião, mas sei que os meus colegas também sentem o mesmo que eu e o resultado disso foi a fantástica qualificação que fizemos. Foi história, foi algo único", vincou.

"Não o ouvi uma única vez a gritar, assim como já vimos outros treinadores a gritarem, a exaltarem-se, consoante certos momentos do jogo. Ele mantém sempre a postura. Pode não estar agradado com alguma coisa, mas mantém sempre aquela postura educada que ele tem e correta, na minha opinião. Acho que um treinador também tem sempre muito mais a ganhar se mantiver essa postura com um jogador e com a equipa do que se for o contrário. E é nesse tipo de mentalidade que eu também noto que foi muito positivo para a nossa seleção. Acho que os jogadores se sentem felizes. Sentem-se mais libertos dentro de campo e isso depois também transpareceu para as exibições e para os resultados que temos vindo a ter. E acho que isso reflete tudo o que o mister trouxe para a seleção", disse.

João Palhinha falou ainda do papel de Cristiano Ronaldo na equipa das quinas.

"O papel do Cristiano na seleção é sempre o mesmo, não muda muito. É aquela liderança que ele também tem e a importância que tem. Quando vamos jogar a qualquer lado, é sempre: é o Cristiano, é o Cristiano! E isso também acaba por nos sacudir um bocado a pressão de cima de nós, porque o Cristiano é que acaba por levar com a pressão toda, mesmo quando a seleção não ganha cai tudo em cima do Cristiano. Para o bem e o para o mal, é sempre assim, infelizmente, porque o futebol é um trabalho coletivo e se a equipa não estiver bem, o Cristiano também não vai estar. Mas o papel dele é um papel de extrema importância, sempre foi desde que ele entrou para a seleção e a liderança que ele tem dentro do balneário é algo que é muito importante para nós. É continuarmos a ajudá-lo a quebrar recordes e, se possível, conseguimos conquistar mais coisas juntos", sentenciou.

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