José Mourinho está em vias de regressar ao ativo, e logo para treinar o Benfica, uma vez que, tal como foi noticiado pelo Desporto ao Minuto, já alcançou um princípio de acordo com a direção liderada por Rui Costa, na sequência da demissão de Bruno Lage, precipitada pela (surpreendente) derrota sofrida perante o Qarabag, em pleno Estádio da Luz, por 2-3, no arranque da fase de liga da Liga dos Campeões.
A consumar-se o entendimento, esta será já a segunda passagem do treinador português pelo banco de suplentes dos encarnados. A primeira teve lugar em 2000, naquela que foi a experiência que inaugurou a sua carreira 'a solo', e sob circunstâncias (estranhamente) semelhantes àquelas com que se depara, neste momento.
Na altura, o clube da Luz arrancou a temporada de 2000/01 sob a liderança de Jupp Heynckes, que mereceu um voto de confiança por parte do então presidente, João Vale e Azevedo, ainda que a época de estreia se tenha revelado uma desilusão, visto que foi terceiro classificado, na I Liga, além de que não conseguiu ir além dos oitavos de final, na Taça de Portugal, e dos 16avos de final, na Taça UEFA (a atual Liga Europa).
A 'segunda vida' do treinador alemão acabou, no entanto, por durar apenas... cinco jogos, tendo este apresentado a demissão após ter somado duas derrotas (contra FC Porto, por 2-0, e Halmstads, por 2-1), duas vitórias (diante de Beira-Mar, por 4-1, e Estrela da Amadora, por 2-1) e um empate (perante a União de Leiria, a uma bola).
Na altura, foi 'brindado' por assobios e lenços brancos, pelo que disse 'basta': "Assim, vou-me embora, não aguento isto". No dia seguinte, João Vale e Azevedo reuniu-se com Toni, mas as duas partes não se entenderam, pelo que a opção recaiu sobre José Mourinho, que contava, no currículo, por passagens por Sporting, FC Porto e Barcelona, exclusivamente, na condição de adjunto.
As (bizarras) coincidências
José Mourinho acabaria por ser formalmente apresentado, em conferência de imprensa, a 20 de setembro de 2000. Curiosamente, pode, agora, ter o primeiro jogo no regresso ao Benfica a 20 de setembro de 2025, na Vila das Aves, perante o AVS, estando este inserido no quadro da sexta jornada da I Liga.
O treinador português orientou as águias em apenas 11 jogos oficiais, nos quais alcançou um registo de seis vitórias, três empates e duas derrotas. Foi então que, a 5 de dezembro do mesmo ano, 'bateu com a porta', por culpa... das eleições para a presidência do Benfica, nas quais Manuel Vilarinho bateu João Vale e Azevedo.
Ora, na altura, Manuel Vilarinho já tinha assumido que o seu treinador predileto seria Toni, levando o sadino a optar por abandonar o cargo, uma vez que se sentia "a prazo": "Eu e o [Carlos] Mozer apresentámos à direcção uma proposta para renovarmos por uma época, mas esta foi rejeitada".
Agora, José Mourinho (recém-demitido pelo Fenerbahçe) pode voltar a um Benfica em clima de eleições, estando estas agendadas para o próximo dia 25 de outubro. O atual presidente, Rui Costa, já tornou pública a decisão de se recandidatar, num sufrágio onde terá pela frente Luís Filipe Vieira (seu antecessor), João Noronha Lopes, João Diogo Manteiras, Martim Borges Coutinho Mayer e Cristóvão Carvalho.
Leia Também: FC Porto, Chelsea... Calendário 'louco' aguarda Mourinho no Benfica