Ruben Amorim insistiu, esta sexta-feira, na tradicional conferência de imprensa de antevisão ao encontro da partida 'cabeça de cartaz' da quinta jornada da Premier League, perante o Chelsea - que está agendado para as 17h30 (hora de Portugal Continental) deste sábado, em Old Trafford - que não irá abdicar do atual sistema tático.
O tão badalado 3x4x2x1 fez furor, no Sporting, onde conquistou três títulos de campeão nacional, uma Taça de Portugal, duas Taças da Liga e uma Supertaça Cândido de Oliveira, mas está longe de ter o mesmo efeito, nos red devils, de tal maneira que, no presente arranque de temporada, já averbou um registo de duas derrotas, dois empates e apenas uma vitória ao cabo de cinco jogos oficiais, em todas as competições.
Ainda assim, o próprio timoneiro de 40 anos de idade garantiu que ninguém o irá fazer alterar a formação na qual acredita: "Não, não, não. Ninguém. Nem sequer o Papa vai mudar... Este é o meu trabalho. Esta é a minha responsabilidade. Esta é a minha vida. Por isso, não vou mudar isso".
"Se eu sou um jogador e tenho um treinador que, sob grande pressão e com gente de todo o mundo a dizer 'Tens de mudar o sistema', diz 'Vou mudar', então, vou olhar para ele de uma maneira diferente. Tudo é importante quando pensas no impacto que uma decisão vai ter na equipa. Eu estou a fazer as coisas à minha maneira. Espero ter tempo para mudar, mas vai haver uma evolução", começou por afirmar, em declarações reproduzidas pela estação televisiva britânica BBC Sport.
O papel de Bruno Fernandes
Ruben Amorim aproveitou, ainda, a ocasião para esclarecer, uma vez mais, o papel que atribuiu ao compatriota, Bruno Fernandes, que, esta temporada, tem vindo a ser utilizado numa posição mais recuada do centro do terreno: "Eu quero que ele tenha mais posse de bola, para tentar controlar o jogo. Talvez ele não tenha a mesma liberdade para chegar à grande área adversária, mas está a chegar lá e pode fazer os seus remates".
"Por vezes, sentimos um pouco a falta do Bruno, na frente, mas, se [Matheus] Cunha estiver lá, temos um jogador extra. Estou, apenas, a tentar dar equilíbrio à equipa e a imaginar o jogo, e vejo o Bruno bem. Ele está frustrado, porque não está a vencer, e, por vezes, gosta de ir mais longe, mais tem um trabalho para fazer", rematou.
Três jogos para 'salvar a pele'?
As mais recentes informações veiculadas pela imprensa desportiva inglesa apontam para que a receção ao Chelsea seja o primeiro de três jogos decisivos para o futuro imediato de Ruben Amorim, cujo papel já começa, inclusive, a ser questionado pela própria direção do Manchester United, face aos resultados obtidos.
O treinador português está, desta maneira, obrigado a mostrar aquilo que vale, não só no embate com os blues, como também com o Brentford (a 27 de setembro, no Gtech Community Stadium) e com o Sunderland (a 4 de outubro, em Old Trafford), para evitar o despedimento do cargo.
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