Jason Wilcox, diretor de futebol do Manchester United, participou, esta sexta-feira, na gala do 40.º aniversário da Associação de Jogadores do Manchester United, onde teve a oportunidade de participar numa sessão de perguntas e respostas, quebrando o silêncio a propósito da crise de resultados desportivos por que o clube passa.
"Este é, simplesmente, um magnífico clube de futebol, sou extremamente privilegiado. Só rezo para que tenhamos a oportunidade de dar a volta à situação. Eu sinto, verdadeiramente, que a questão não é 'Será que vamos voltar a vencer?', mas sim 'Quando é que vamos vencer novamente?'", começou por afirmar, em declarações reproduzidas pelo portal britânico The Athletic.
"Vai se preciso tempo, não existe uma solução rápida, especialmente, agora, com os regulamentos [do fair-play financeiro]. Nós precisávamos de alterar o plantel principal. Agora, levámos a cabo algumas aquisições bastante boas, este verão. Por vezes, remover jogadores do plantel é tão importante como contratá-los. Temos de tentar trazer a cultura e o respeito de volta ao Manchester United", acrescentou.
Esta tomada de posição surge, precisamente, na mesma semana na qual começaram a surgir os relatos de impaciência por parte dos red devils com Ruben Amorim, na sequência de um arranque de temporada 'para esquecer', que culminou num registo de duas derrotas (a última das quais perante o Manchester City, no Etihad Stadium, por categóricos 3-0), dois empates e apenas uma vitória ao cabo de cinco jogos oficiais, em todas as competições.
As mais recentes informações apontam para que o ex-Sporting tenha apenas três partidas para dar sinais de que é capaz de dar a volta ao rumo dos acontecimentos, contra Chelsea (já este sábado, em Old Trafford), Brentford (a 27 de setembro, no Gtech Community Stadium) e Sunderland (a 4 de outubro, em Old Trafford), antes da próxima pausa para compromissos internacionais.
"Pensava que o clube estava muito melhor"
Jason Wilcox, recorde-se, chegou ao Manchester United em abril de 2024, para ocupar o cargo de diretor técnico, na sequência da autêntica 'revolução' promovida pelo co-proprietário do clube, Sir Jim Ratcliffe, tendo acabado por ser 'promovido' a diretor do futebol no passado mês de junho.
Feitas as contas, já lá vão 18 meses passado em Old Trafford, que têm sido tudo menos... fáceis: "Eu pensava que o clube estava num lugar muito melhor do que aquele em que estava. Nós não tínhamos identidade futebolística, faltava-nos um alinhamento entre os proprietários, o diretor executivo, o futebol e a academia. Temos vindo a trabalhar mesmo arduamente, nos bastidores, para alterar o 'staff'".
Pelo meio, foi implementada uma 'feroz' política de redução de custos, que culminou em cerca de 250 despedimentos, nos mais variados departamentos dos red devils. Uma realidade que deixa o próprio "extremamente triste", mas que considera necessária, para "uma força de trabalho que garanta responsabilidade às pessoas".
"Foi um exercício que precisava de ser feito, mas, agora, temos uma plataforma para reconstruir", completou Jason Wilcox, que, no currículo, conta, ainda, com passagens pelas estruturas de Manchester City e Southampton.
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