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"Não concebo a ideia de um treinador não ter curso de árbitro"

Passou pela arbitragem durante 20 anos e sentiu necessidade de dar a conhecer aos aficionados as regras pela qual o jogo se deve reger. Pedro Henriques acredita ainda que a aplicação de novas tecnologias é algo que poderia vir a afastar parte das suspeitas que ensombram o futebol. A entrevista será publicada este domingo na íntegra.

Notícias ao Minuto

23:18 - 12/12/15 por Paulo Rocha

Desporto Pedro Henriques

Pedro Henriques lançou recentemente o livro ‘Árbitro de Bancada’, escrito em parceria com o jornalista João Pedro Bandeira, onde pretende apresentar aos adeptos o lado mais humano do árbitro.

O militar que acabou 'juiz do esférico' durante 20 anos, não acredita nas alegadas formas de pressão que acontecem na semana anterior ao jogo influenciem os árbitros. O agora comentador desportivo apoia a aplicação das novas tecnologias ao desporto-rei, deixando depois um conselho aos treinadores.

Antes de mais, o que é que se pretende com a edição deste livro? Quem são os principais destinatários deste livro?

Este é um livro para os adeptos. Os adeptos normalmente não iriam à federação comprar um livro com as regras do jogo. Mas vão à Fnac, às Bertrand e, se tiverem o livro à disposição, se calhar compram. Porque este livro tem as regras do jogo, não de uma forma pesada e complexa, mas sim de uma forma mais light. Apresenta exemplos práticos, o que permite uma leitura quase na diagonal para perceber as regras. Além disso, ainda mostra um pouco o que são os bastidores. É uma forma de tentar chegar ao adepto. Sabemos que a paixão clubística haverá sempre de estar sempre a cima disso e o comentário será sempre mais depreciativo. Mas, se alguns dos adeptos mudarem a sua perspectiva, já ficarei contente. É uma forma de ter um bocadinho mais de conhecimento e isto é cultura: ir adicionando sempre um bocadinho mais de conhecimento acerca de algo.

A sua ligação ao futebol começa ainda enquanto militar, tendo tirado o curso de treinador e só depois o de árbitro. Acha que os treinadores também deveriam ter este tipo de formação, muitas vezes como forma de sensibilização para o trabalho dos árbitros?

Não concebo a ideia de que um árbitro de futebol profissional não tenha o curso de treinador de nível 1. E o inverso também. Um treinador, se tiver um curso de árbitro, vai conhecer melhor as leis e vai conhecer melhor o universo dos árbitros. Eu tirei o curso com o Daúto [Faquirá] e o relacionamento dentro de campo já é diferente. Ele iria com certeza reclamar de alguma ação minha, mas já não seria tão agressivo. Ia fazê-lo de um modo diferente.

No seu livro defende a introdução do cartão azul como uma forma intermédia entre o amarelo e o vermelho. O jogador ficaria assim de fora temporariamente. Esta é uma forma de proteger o árbitro, afastando-o de uma decisão difícil como é a expulsão de um jogador?

Nós sabemos que a partir do momento que uma equipa passa de 11 para 10 jogadores, altera todo o trabalho de uma semana, até para as duas equipas. E era uma tentativa de, não desvirtuando a lei, ir ao encontro de uma outra possibilidade. Fazer uma suspensão temporária, mas passado algum tempo reequilibrar as equipas. Muitas vezes o jogo acaba por ficar decidido quando há desequilíbrio numérico. Depois, também é uma forma do árbitro castigar outro tipo de comportamentos. Em vez de se dar um segundo amarelo, talvez o azul resolvesse a questão.

É um defensor do vídeo-árbitro, indo mesmo contra um estudo publicado pela UEFA - do qual dá conta no livro - que afirmava esta tecnologia como ineficaz. Não iria quebrar o ritmo de jogo?

O vídeo-árbitro não é para discutir um empurrão aqui ou uma falta para amarelo. Estamos a falar daqueles lances em que há dúvida se a bola entra na baliza, o golo que é marcado em fora de jogo claríssimo. Portanto, estamos a falar de situações que seriam corrigidas em tempo útil. Há uma média de quatro, cinco lances ‘mais graves’ por jogo. Se cada equipa quisesse rever duas/três situações por jogo, por exemplo, iríamos ao encontro de resolver essas quatro/cinco situações de maior dificuldade que acontecem por jogo.

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