A última edição do estudo 'European Shopping Centre Development' registou que França liderou o volume de novas aberturas, com 326 mil metros quadrados (m2) no ano passado, mas "o estágio de maturidade deste mercado resultou numa queda de 28% na construção de novos espaços comerciais em comparação com 2016".

"O Reino Unido registou uma queda de 23%, tendo inaugurado apenas 120.000 metros quadrados no ano passado, enquanto a Alemanha sofreu um decréscimo de 82% na área inaugurada", lê-se no relatório, que indica que Espanha ficou no segundo posto em termos de volume de espaço inaugurado (210 mil m2).

Segundo o estudo, a densidade comercial em Portugal situa-se nos 312 m2 por 1.000 habitantes, um "valor superior à média da Europa Ocidental e acima de países como Espanha, Reino Unido, França ou Itália".

Tal como em Espanha, o turismo teve impacto positivo no setor em Portugal, lê-se no documento, que refere que 96 mil m2 de centros comerciais foram acrescentados ao mercado, em 2017, numa subida anual de 40%.

"O 'pipeline' [em projeto para entrega] continua limitado e o desenvolvimento terá foco sobretudo em ampliações e remodelações nos centros comerciais existentes, em linha com as novas tendências", lê-se.

"Mas é também na performance dos centros comerciais portugueses que se verifica a maturidade e profissionalismo do setor, sendo que a renda 'prime' (mais elevada) de centros comerciais se situa atualmente nos 100Euro/m2/mês, superior a mercados como o espanhol, italiano ou alemão", acrescenta o comunicado de imprensa sobre o mercado português.

O 'stock' atual de centros comerciais a nível europeu totaliza 166,5 milhões de m2, dos quais 109,7 milhões estão na Europa Ocidental e os restantes na Europa Central e de Leste. No segundo semestre de 2017, a Turquia foi o país com o maior volume de centros comerciais em construção, mais de 495.000 m2, à frente da Rússia onde abriram 330.000 m2 e da Polónia com 298.000 m2.

Para 2018, espera-se a entrega de 3,8 milhões novos metros quadrados, e de 2,8 milhões em 2019.

Com mudanças de comportamentos de consumo e subida do comércio eletrónico são colocados desafios, mas também oportunidades, pelo que se perspetivam transformações no setor, segundo a consultora, cujo relatório enumera, entre as tendências, as apostas crescentes em zonas de lazer e de restauração para tornar os centros comerciais em "pontos de encontro".

Espera-se ainda maior diversidade de oferta, com "uma presença cada vez mais relevante de operadores independentes, esperando-se em breve uma abertura de espaço a start-ups e pequenos produtores", assim como a integração de pontos de distribuição de comércio eletrónico.

"Por último, em breve deverá começar a surgir novos modelos de rendas, de forma a refletir nas rendas variáveis a contribuição das lojas físicas na operação 'online' dos retalhistas", segundo a Cushman & Wakefield.