CGD quer que dividendos para Estado sejam os primeiros de "longa série"
O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse hoje, numa conferência em Cascais, que quer que sejam os primeiros de "uma longa série" os dividendos que o banco público irá pagar este ano ao Estado.
© Lusa
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"Terá de ser o nosso empenho [pagar dividendos], [o objetivo] é ser uma longa série e sobretudo pôr os portugueses mais exigentes com o retorno" do investimento do Estado na CGD, disse Paulo Macedo, na Conferência CEO Banking Forum, organizada pela SIC Notícias e o Expresso, no Campus de Carcavelos da Nova SBE.
No Relatório de Gestão e Contas da CGD referente a 2018 (ano em que teve lucros de 496 milhões de euros), divulgado na semana passada, o banco detido na totalidade pelo Estado indica que reservou 200 milhões de euros para dividendos a entregar ao Estado, tendo já obtido para isso autorização das entidades competentes.
Essa proposta será votada na assembleia-geral anual, que se realiza no final deste mês.
Segundo Paulo Macedo, uma vez que a última recapitalização de quase 5.000 milhões de euros foi feita como se "de um investidor privado se tratasse", o Estado terá de ser ressarcido.
"É feito como investimento e não como dotação a fundo perdido ou custo corrente. E nesse sentido o anúncio da CGD de haver distribuição de dividendos ao Estado", afirmou Macedo.
Em 02 de maio, na apresentação dos resultados da CGD do primeiro trimestre (126 milhões de euros de lucro), Paulo Macedo considerou que a distribuição de dividendos ao Estado faz parte da "normalização" da atividade do banco público.
A última vez que a CGD pagou dividendos ao Estado foi em 2010.
Em outubro do ano passado, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, disse em entrevista ao Jornal Económico que o Governo esperava conseguir em 2019 cerca de 200 milhões de euros com os dividendos da Caixa Geral de Depósitos, valor que Paulo Macedo considerou "plausível" uns dias depois.
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