BdP aumenta compra de dívida pública portuguesa em 2018
O Banco de Portugal aumentou a compra de títulos de dívida pública portuguesa em 2018 para 5,2 mil milhões de euros, tendo um total de 31,6 mil milhões de euros no balanço, no final do ano passado.
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Economia Banca
O Banco de Portugal (BdP) comprou, em 2018, um total de 5,2 mil milhões de euros de títulos de dívida pública portuguesa, um aumento de 8% face a 2017, quando o supervisor e regulador bancário adquiriu 4,8 mil milhões de euros, tendo também comprado 500 milhões de dívida privada emitida por entidades portuguesas no ano passado.
"Em 2018, o Eurosistema adquiriu 5,8 mil milhões de euros de títulos de dívida pública portuguesa (em termos relativos, -11% face a 2017), tendo sido adquiridos respetivamente 5,2 mil milhões (aumento de 8% face ao ano anterior) e 0,6 mil milhões de euros (diminuição de 65% em relação a 2017) pelo Banco de Portugal e pelo BCE [Banco Central Europeu]", indica o BdP no Relatório de Implementação de Política Monetária de 2018, hoje divulgado.
Em termos alargados, o Banco de Portugal aumentou a compra de títulos de dívida pública em 2018 em 14% para um total de 46,6 mil milhões de euros.
"No final de 2018, o valor dos ativos adquiridos no âmbito do APP [programa alargado de compra de ativos (Expanded Asset Purchase Programme -- APP na sigla inglesa] registado no balanço do Banco de Portugal correspondia a 50,3 mil milhões de euros, sendo 46,6 mil milhões de euros relativos ao programa de compra de ativos do setor público (na sigla inglesa, PSPP -- Public Sector Purchase Programme)", indica o documento.
Em 2017, o total de títulos de dívida pública adquiridos pelo BdP ascendia a 41 mil milhões de euros.
Feitas as contas e 93% do total da carteira do BdP no âmbito do programa alargado de compra de ativos correspondiam, no final de 2018, a títulos de dívida pública, dos quais 31,6 mil milhões de euros em dívida pública portuguesa e 15 mil milhões de euros em dívida supranacional.
Recorde-se que, desde 2015, o Banco Central Europeu (BCE) e os bancos centrais nacionais compraram mensalmente aos bancos comerciais títulos de dívida dos governos, libertando dinheiro a baixo custo, com o objetivo de ser canalizado para o financiamento da economia (empresas e famílias).
O programa acabou em dezembro, mas o BdP continuou e vai continuar a reinvestir os montantes dos títulos vencidos por um período alargado.
"O Conselho do BCE anunciou que pretende continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no âmbito do APP durante um período prolongado após a data em que começará a aumentar as taxas de juro oficiais do BCE e, em qualquer caso, enquanto for necessário para manter condições de liquidez favoráveis e um nível amplo de acomodação monetária", recorda o relatório do BdP.
Além disso, cada banco central nacional "continuará a adquirir exclusivamente ativos de emitentes da sua jurisdição, existindo flexibilidade para escolher entre a aquisição de títulos do governo central, de governos regionais ou de agências públicas".
O relatório hoje divulgado indica também que, "em Portugal, o excesso de liquidez (que inclui o valor depositado pelas instituições de crédito nas contas que detêm no Banco de Portugal acima das reservas mínimas e o recurso à facilidade permanente de depósito, líquido do recurso à facilidade permanente de cedência de liquidez) foi, no final do ano, de cerca de 10 mil milhões de euros, um valor idêntico ao observado no final de 2017".
Pelo segundo ano consecutivo, e como consequência do aumento das compras de títulos de dívida, o balanço do Banco de Portugal aumentou para um novo máximo histórico, no valor de 157 mil milhões de euros, um aumento de cerca de 3% face a 2017.
"Em 2018, os balanços do Banco de Portugal e do Eurosistema continuaram a aumentar, tendo registado, no final do ano, máximos históricos de cerca de 157 mil milhões de euros e de cerca de 4 700 mil milhões de euros, respetivamente", indica o relatório.
Esta é a segunda vez que o Banco de Portugal divulga o relatório anual de implementação da política monetária.
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