Mercado de trabalho será mais fluído até 2030 aumentando a produtividade
O mercado de trabalho terá, até 2030, em aceleração "uma intensa" cultura de mobilidade, em substituição do espaço físico, permitindo o aumento do interesse dos colaboradores pela empresa, da criatividade e da produtividade, apontou a consultora imobiliária CBRE.
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Economia CBRE
"O mercado de trabalho -- e hoje mais do que nunca -- está a preparar-se para uma intensa cultura de mobilidade, em substituição do espaço físico. A CBRE prevê que, durante a próxima década, este tipo de reconfiguração acelere, dando às empresas o desafio de criar uma rede de localizações e capilaridade para que os colaboradores se sintam mais atraídos pela empresa e, consequentemente, mais criativos e produtivos", apontou o grupo no estudo 'Global Outlook 2030 -- The age of responsive real estate" hoje divulgado.
De acordo com o documento, que destaca as principais tendências do setor imobiliário para a próxima década, esta transformação vai ter também impacto na orgânica do trabalho com o "aumento exponencial" do número de tarefas e postos de trabalho em 2030, sendo que a metodologia de trabalho será mais ágil, com os colaboradores munidos de "mais espírito crítico e criatividade, usando a força de trabalho 'mobile'".
Porém, esta nova realidade não vai por em causa a existência de uma sede de uma empresa, que deverá envolver comodidades como "acesso fácil a comida e bebidas", espaços de reunião tecnológicos e de convívio.
"O resultado vai ser o crescimento em 20% destes espaços no mercado de escritórios em 2030", avançou a CBRE.
O grupo estima ainda que a geração Z (nascida entre 1995 e 2012) vai compreender um terço da mão-de-obra global em 2030, sendo que, pela primeira vez, vão passar a existir quatro gerações a ocupar, simultaneamente, o espaço de trabalho.
A reinvenção do residencial, retalho e espaços de trabalho "com base nos princípios da hospitalidade e hotelaria vai abanar o modelo de 'business-as-usual' do mercado imobiliário", assim prevê-se que, em 2030, esta seja uma tendência consolidada entre os maiores 'players' a nível global.
Por setor, no residencial, os proprietários estão a adotar esta reinvenção através de aplicações que facilitem na manutenção da casa, como lavandaria, entrega de mercearias, flores ou cuidados para animais, ou seja, as habitações estão a tornar-se "mais próximas de um hotel".
No segmento dos escritórios, esta alteração é mais evidente em espaços de 'coworking' (modelo de trabalho que se baseia na partilha de espaços e recursos entre colaboradores que não são necessariamente da mesma empresa), que passam a oferecer serviços, por exemplo, de 'babysitter' e 'fitness'.
Conforme destacou a CBRE, nos próximos anos, o comércio 'online' vai continuar a "mudar drasticamente", sendo que o tamanho físico, a forma e a localização dos edifícios que abastecem o retalho vão sofrer alterações e a inteligência artificial será "um ponto de contacto em quase todas as etapas da jornada".
Outra das tendências apontadas pelo grupo, está novamente associada à geração Z, que vai herdar e mudar a economia, representando, em 2030, mais de mil milhões de habitantes e 31% da população ativa, contribuindo para a redefinição das maiores áreas metropolitanas e acelerando a ascensão de mercados emergentes.
Ao nível do investimento, são várias as tendências económicas, tecnológicas e demográficas que posicionam a Ásia-Pacífico como potencial líder da economia global na próxima década, podendo acontecer "o tão esperado salto" da China, que ultrapassará os Estados Unidos ao nível do PIB.
Com a inteligência artificial, o investimento imobiliário comercial vai tornar-se mais acessível, antecipando-se ainda que, até 2030, 90% dos ativos imobiliários sejam analisados com o uso de modelos automatizados de avaliação (algoritmos que cruzam dados em busca de informações que formulam a avaliação de uma propriedade), o que irá levar à descoberta de preços em tempo real e à categorização dos ativos.
Por sua vez, a forma para avaliação de imóveis também vai continuar a mudar e o grupo acredita que, daqui a 10 anos, vão existir novos métodos em todos os tipos de propriedades, "à medida que as tipologias de utilização se fundem em ambientes de uso misto, digital e adaptável".
Já os ativos multifamiliares "estarão no epicentro do investimento imobiliário".
"A CBRE estima que até 2030, provavelmente cerca de dois mil milhões de pessoas viverão em casas arrendadas, inspiradas pelo modelo norte-americano. Para satisfazer a procura, as moradias multifamiliares de propriedade institucional serão responsáveis ??por um quinto do volume global de investimentos e o capital transfronteiriço ajudará a impulsionar a mudança", lê-se no resumo que acompanha as tendências apontadas pela CBRE.
O grupo CBRE tem mais de 80 mil colaboradores a nível mundial e desenvolve a sua atividade no setor imobiliário através de aproximadamente 450 escritórios.
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