Ministro rejeita "contradição insanável" entre ferrovia e rodovia
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, rejeitou hoje, perante o congresso da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), em Cascais, a existência de uma "contradição insanável" entre a aposta na ferrovia e o transporte rodoviário.
© Lusa
Economia Ministro das Infraestruturas
"Não temos nenhuma contradição insanável entre esta aposta no transporte ferroviário e o transporte rodoviário. Também se foi gerando esta ideia de que um é adversário do outro. A verdade é que nós sabemos que eles têm papéis diferentes", disse Pedro Nuno Santos na abertura do 18.º congresso da APAT, que decorre hoje e sábado numa unidade hoteleira em Cascais, distrito de Lisboa.
O governante vincou que "não é suposto o comboio ir porta a porta" ou "a cada uma das zonas industrais", também "por razões, desde logo, técnicas", defendendo que os transportes ferroviário e rodoviário devem ser "complementares".
"O transporte rodoviário de mercadorias terá sempre o seu lugar nas cadeias logísticas e de distribuição. Sempre. Este setor, se quiser dar o seu contributo e sobreviver a esta grande pressão para a transição ambiental e climática, nós temos que investir e apostar na ferrovia", afirmou.
Pedro Nuno Santos defendeu também que não se deve "perder de vista" que "no transporte rodoviário há um caminho ainda muito grande a percorrer e possível de ser percorrido, também em matéria de transição climática".
"Portanto, o transporte rodoviário não tem que ser, necessariamente, um adversário da transição climática. Tem um investimento importante para fazer também nessa transição", considerou.
O ministro rejeitou, assim, que a aposta na ferrovia signifique "um abandono, um desacreditar do transporte rodoviário", sabendo-se que "há trabalho que o transporte ferroviário nunca poderá fazer".
Num discurso posteriormente orientado para o desenvolvimento económico nacional, o responsável governativo pela área das Infraestruturas vincou que é necessário "fazer com que a economia poupe dinheiro".
O ministro vincou que Portugal "não produz petróleo" e que "os combustíveis são mesmo" a principal importação do país.
"E nós, em vez de termos investido, nas últimas décadas, num meio de transporte que já tenha solução elétrica inventada há muitas décadas, nós começámos a fazer o errado - porque achávamos que era melhor que os outros - e começámos a desinvestir na ferrovia", responsabilizando o ministro os Governos PS, PSD e CDS, "para não pôr aqui ninguém de fora".
Por isso, Pedro Nuno Santos considerou que agora o país está "a pagar caro" o atraso face aos restantes países europeus.
"Não só desinvestimos neste meio de transporte que permitia ao país importar menos - neste caso, combustível - mas também poderia proporcionar ao país menos custos na mobilidade, porque obviamente a mobilidade rodoviária é mais cara do que a mobilidade ferroviária, que por razões de quantidade permite baixar o custo", sustentou.
No final do seu discurso, à saída da unidade hoteleira, o ministro rejeitou responder às perguntas dos jornalistas acerca da atual situação política, gerada pela rejeição parlamentar da proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2022.
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