Setor corporativo lidera procura de veículos elétricos no Reino Unido
O setor corporativo é o principal motor de crescimento dos veículos elétricos no Reino Unido, onde os fabricantes apelaram hoje ao Governo legislação e investimento para acelerar a transição.
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Economia carros elétricos
De acordo com a Associação de Produtores e Comerciantes do Setor Automóvel (SMMT), 66% dos veículos elétricos registados em 2021 foram adquiridos por empresas, motivadas por incentivos fiscais.
Além de mais benefícios para encorajar os particulares a comprarem veículos elétricos, a SMMT defende maior intervenção do Governo para aumentar a disponibilidade de carregadores a nível nacional.
Atualmente, diz, existe apenas um carregador para cada 32 veículos 'plug-in' em todo o Reino Unido, em comparação com um rácio de um para cada 16 em 2021, a maioria concentrados em zonas urbanas como Londres.
"Precisamos de uma estratégia holística com metas vinculativas no fornecimento de pontos de carregamento, incentivos fiscais e de compra atrativos", defendeu o presidente da SMMT, Mike Hawes.
Os condutores precisam de estar confiantes de que vão encontrar carregadores disponíveis, onde precisam e a um custo acessível, vincou.
Para isso, defende um plano de infraestruturas locais com metas obrigatórias para a instalação de pontos de carregamento que correspondam ao ritmo a que os construtores estão a produzir veículos elétricos.
Atualmente, existem mais de 140 modelos de veículos elétricos no mercado, contra seis há uma década, tendo representado 17% dos novos automóveis registados no ano passado e 4% das carrinhas.
"Precisamos de um direito universal de carregar veículos elétricos para todos os motoristas, onde quer que vivam, onde quer que viajem e quaisquer que sejam as suas necessidades", defendeu Hawes, numa conferência de imprensa de abertura do SMMT Electrified 2022, um evento dedicado aos desafios da eletrificação da indústria automóvel.
A partir de 2030 vai ser proibida no Reino Unido a venda de veículos novos com motores a combustão, ou seja, movidos exclusivamente a gasóleo ou gasolina, sendo autorizada apenas a venda de veículos exclusivamente elétricos e de alguns híbridos recarregáveis 'plug-in', estes até 2035.
Cerca de 300 representantes de construtores, de empresas de infraestruturas de carregamento, fabrico de baterias, produção de energia, frotas, logística, estão inscritos para participar no evento ao longo do dia, onde vão participar membros do governo e grupos de consumidores.
Na agenda estão debates sobre o estado atual do mercado e procura de veículos elétricos, os principais obstáculos a uma maior aceitação pelos consumidores, quais as prioridades para os governos e os diferentes interlocutores para facilitar a transição.
A conferência de hoje acontece com o declínio da produção automóvel em pano de fundo.
Em 2021, a produção caiu 6,7% devido a fatores sobretudo relacionados com a pandemia covid-19, nomeadamente a escassez de semicondutores, um componente essencial na produção de automóveis, o que levou várias fábricas a reduzir ou suspender a produção.
A falta de trabalhadores, em isolamento por causa da covid-19, e redução da procura devido ao encerramento dos pontos de comércio de automóveis foram outros dos problemas registados.
A guerra na Ucrânia é um novo "desafio", admitiu Hawes, que poderá ter impacto no preço de algumas matérias-primas, mas por enquanto não se prevê que cause grandes problemas no setor.
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