Costa acredita num consenso europeu com Kyiv no mercado comum
O primeiro-ministro afirmou hoje que vai empenhar-se para que a União Europeia chegue a um consenso sobre o futuro estatuto europeu da Ucrânia e admitiu que a solução pode passar por uma integração no mercado comum.
© Lusa
Economia Kyiv
Além das questões relativas à ajuda humanitária e aos apoios militar e financeiro, António Costa também tenciona abordar com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no sábado, em Kyiv, o tema das perspetivas de integração europeia da Ucrânia.
Em declarações aos jornalistas, no final de uma visita a um centro de acolhimento de refugiados ucranianos no Estádio Nacional de Varsóvia, António Costa voltou a apontar a existência de uma "grande divisão" na União Europeia sobre como concretizar as perspetivas europeias da Ucrânia.
Neste ponto, o primeiro-ministro fez novamente um alerta no sentido de que "a melhor ajuda que pode ser dada à Ucrânia é evitar divisões na União Europeia".
"Temos de encontrar pontos de consenso que respondam às necessidades efetivas e imediatas da Ucrânia: Equipamento militar, apoio financeiro e um compromisso claro e inequívoco de toda a União Europeia no financiamento e no esforço que a Ucrânia vai ter de enfrentar para a reconstrução do país", sustentou.
Em relação ao futuro estatuto europeu da Ucrânia, António Costa advogou a tese de que se deve atender menos à formulação jurídica, "porque esse vai ser um fator de divisão" entre os 27 Estados-membros.
"Temos de ser criativos em encontrar soluções. Tenciono identificar quais as necessidades em concreto requeridas pelas autoridades ucranianas e, partir daí, procurar construir uma solução imediata que una toda a União Europeia. Acho que é muito importante a integração da Ucrânia no mercado comum, com a libertação das regras aduaneiras. O papel de Portugal é ouvir todos e procurar encontrar um ponto de consenso", frisou.
Perante os jornalistas, António Costa apontou que, por exemplo, a Roménia entende que não se deve iniciar o processo de adesão da Ucrânia antes de serem tratadas as candidaturas da Moldávia e da Geórgia.
"Por sua vez, a Alemanha tem insistido que não se pode discutir a adesão da Ucrânia sem concluir os processos em curso dos vários países do Balcãs ocidentais. E há vários Estados-membros que entendem que, neste momento, a União Europeia não está em condições de conceder a adesão a nenhum país", completou, antes de mencionar a posição do chefe de Estado francês sobre esta matéria.
"O Presidente [Emmanuel) Macron disse que a adesão da Ucrânia à União Europeia levaria décadas. Portanto, temos de ultrapassar este diálogo e estes pontos de divisão e concentramo-nos naquilo que a Ucrânia precisa em concreto", acrescentou.
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